O cineasta norte-americano Monte Hellman morreu nesta terça-feira, aos 91 anos, no hospital Eisenhower Health em Palm Desert, nos Estados Unidos, uma semana após ter sido internado por conta de uma queda doméstica. A informação foi confirmada por sua filha, Melissa Hellman, ao site The Hollywood Reporter. Certa vez, a revista francesa Cahiers du Cinema chamou Hellman de “o cineasta norte-americano mais brilhante de sua geração”, numa louvação e tanto, principalmente ao estilo sintético e incisivo de um realizador que começou a trabalhar sob o guarda-chuva de outro gênio: Roger Corman. Hellman trabalhou durante quase toda sua carreira com orçamentos enxutos e respondeu à penúria financeira com resultados não menos que impressionantes. Um de seus grandes feitos foi ter dirigido Corrida Sem Fim (1971), um dos emblemas da chamada Nova Hollywood.
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Corrida Sem Fim era estrelado pelo cantor/ator James Taylor e por Warren Oates, este um colaborador de longa data de Hellman, ao ponto do cineasta ter afirmado que o amigo era seu alterego nas telonas. Foi este filme que catapultou o realizador ao estrelado, vide a matéria enorme numa das edições da revista Esquire em 1971, no qual a prestigiada publicação chamava a produção de o melhor filme do ano. Com dificuldades nas bilheterias, o longa apenas “pegou” nos Estados Unidos ao ganhar o endosso dos franceses. Monte Hellman trabalhou, dentro da trupe de Corman, com nomes maiúsculos do cinema, tais como Francis Ford Coppola e Jack Nicholson, com quem aliás, rodou os faroestes existencialistas Disparo para Matar (1966) e A Vingança de um Pistoleiro (1966).
Monte Hellman sempre se manteve às margens das grandes produções, frequentemente citado como uma das maiores forças criativas do cinema independente norte-americano. Seu último filme finalizado foi Caminho para o Nada (2010), que angariou muitos elogios por parte da crítica. Os especialistas identificaram um mestre em pleno domínio de suas faculdades criativas. Um gigante que vai deixar saudades, sem dúvida.