Uma das artistas mais completas do cenário cultural brasileiro, Marília Marzullo Pêra nasceu no dia 22 de janeiro de 1943, no bairro Rio Comprido, Rio de Janeiro. Trabalhou em toda a sua carreira em mais de 50 peças, quase 30 filmes e cerca de 40 novelas, minisséries e programas de televisão. Sua estreia nos palcos foi ainda bebê, quando fez figuração em uma peça. Aos quatro anos estava no espetáculo Medeia, ao lado dos pais. Após algumas novelas de sucesso – como Beto Rockfeller (1968) – estreou no cinema em O Homem que Comprou o Mundo (1968), de Eduardo Coutinho. A experiência não lhe agradou muito, mas ela persistiu.
Sucesso nos palcos e na telinha, foi através da sétima arte, no entanto, que se tornou reconhecida internacionalmente. Pelo drama Pixote: A Lei do mais Fraco (1981), de Hector Babenco, foi eleita a Melhor Atriz do ano pela Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos Estados Unidos, além de ter sido premiada também pelas associações de críticos de Nova Iorque e de Boston. Conquistou dois kikitos de Melhor Atriz no Festival de Gramado – por Bar Esperança (1983) e por Anjos da Noite (1987) – e neste ano ganhou o Troféu Oscarito (2015), em homenagem a sua carreira. Foi premiada ainda nos festivais de Cartagena (Dias Melhores Virão, 1990), Havana (Tieta do Agreste, 1996) e Miami (Polaróides Urbanas, 2008). Ganhou ainda 5 troféus da Associação Paulista de Críticos de Arte, três por seu trabalho no cinema: Bar Esperança, Dias Melhores Virão e Tieta do Agreste. Foi também indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como Melhor Atriz por O Viajante (1999), e vencedora de dois Prêmio Guarani, aqui no Papo de Cinema, por Jenipapo (1995) e Tieta do Agreste.
Um dos seus maiores sucessos na tela grande, no entanto, foi o aclamado Central do Brasil (1998), de Walter Salles, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, foi premiado como Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e concorreu ao Oscar na mesma categoria. A última aparição nas telas foi na comédia Embarque Imediato (2009), de Allan Fiterman, mas estava envolvida nas produções ainda inéditas Dona do Paraíso, de José João Silva, e To Ryca, de Pedro Antônio, ambos com previsão de estreia para 2016. Marília Pêra foi casada três vezes, e deixa Bruno Faria como viúvo, além de três filhos: Ricardo Graça Mello, Esperança Motta e Nina Morena.
(Fonte: Redação PdC)