Mais uma triste notícia esta semana para os cinéfilos e amantes da arte. O cinema se despede de um ídolo e ícone do audiovisual norte-americano: Sidney Poitier. Ele tinha 94 anos, e se encontrava nas Bahamas. O comunicado oficial veio do primeiro-ministro do arquipélago, que não forneceu maiores detalhes a respeito do falecimento.
Poitier foi mais que um grande ator, diretor e produtor. Ele também representou um dos pioneiros da representação do homem negro no cinema, sendo um dos primeiros a encarnar personagens não-estereotipados, e também um dos primeiros a estrelar produções populares. Em entrevista à Newsweek, em 1988, ele afirmou: “Fiz filmes quando o único outro personagem negro era o garoto engraxate — este foi o caso na Metro. Eu era uma exceção neste cenário”.
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De fato, Sidney Poitier se tornou o primeiro artista negro a receber o Oscar de melhor ator, por Uma Voz nas Sombras (1963). Ele já tinha sido indicado ao prêmio pelo papel principal em Acorrentados (1958). Em 2002, foi homenageado com um troféu honorário pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Além disso, venceu o BAFTA, dois prêmios de melhor ator no Festival de Berlim, e dois Globos de Ouro.
O astro seguiu fazendo trabalhos bem recebidos e importantes pela discussão da raça e do racismo na indústria, a exemplo de No Calor da Noite (1967) e Adivinhe Quem Vem para Jantar (1967). Como cineasta, dirigiu nove longas-metragens, com destaque para Dezembro Ardente (1973), Aconteceu num Sábado (1974), Aconteceu Outra Vez (1975) e Os Espertalhões (1977), todos eles protagonizados exclusivamente por atores negros.
Poitier também foi um dos fundadores da empresa First Artists, destinada a encontrar novos talentos no roteiro e na direção, ao lado dos colegas Paul Newman, Barbra Streisand, Steve McQueen e Dustin Hoffman.