Embora o termo “queer” tenha se popularizado na última década, poucas pessoas conhecem o “cuir”, sua derivação latino-americana. Para os pesquisadores em cultural and gender studies, o termo adapta o conceito norte-americano à pluralidade de gênero e sexualidade latino-americana, levando em consideração as questões raciais, étnicas e sociais, além do histórico de colonização.
O espectador tem a oportunidade de descobrir filmes e outras produções audiovisuais relacionadas a este conceito na Mostra Cuir: Filme e Experimento – América Latina. O evento online e gratuito ocorre entre os dias 7 e 20 de junho, com exibições exclusivas no site oficial da mostra. O pesquisador de cinema Luís Fernando Moura assina a curadoria, enquanto Ana Carolina Antunes se encarrega da produção.
LEIA MAIS
Festival Transamazônico exibe filmes LGBTQIA+ gratuitos online
Mostra Ecofalante :: Especial Amazônia começa dia 2 de junho
Mostra 25 Anos em 25 Filmes faz retrospectiva gratuita do cinema brasileiro
No total, serão exibidas 42 produções organizadas em dez mostras temáticas: “Residir e celebrar na borda do pavio”, “Documento, artefato maricas”, “Videografia obstinada do cinema mentira”, “Tecnologias de exploração: aspirador de pó, luva, cardume”, “Cinema se expande a cada fim de festa”, “Noturna avança a aliança”, “Corpos-árvore nascem de costas”, “A hora de fuder com vossa história”, “Exterminada no corpo a cruzada nacional” e “Estudos com vampiros, pernas ou pênis etc”.
Na programação, serão exibidas obras dos coletivos As Talavistas (MG), Surto & Deslumbramento (PE) e Anarca Filmes (RJ), além de artistas como o chileno Felipe Rivas San Martín, a mexicana Ximena Cuevas, o argentino Edgardo Castro e a colombiana Nadia Granados.
Segundo Ana Carolina Antunes, “Nossa aposta é de que aquilo que se chama ‘queer’ – e ‘cuir’ – está em todos os lugares, sempre e imediatamente à frente do sujeito, na sua frente, e de que alguns programas artísticos parecem, vivendo-o como matéria-prima, exaurir a ideia de dentro, para reforçá-la ou contrariá-la e então rompê-la, transformá-la em um novo mistério, em uma outra exigência”.