Embora as atenções da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes se voltem principalmente à Mostra Aurora, principal categoria competitiva, as diversas seleções paralelas trazem títulos muito interessantes, com a vantagem de permanecerem no site oficial durante a integralidade do evento, ou seja, até o dia 30 de janeiro de 2021.
Se a Mostra Praça apresenta o belo Mirador (2020), a Mostra Olhos Livres se destaca, entre outros, pela exibição de Amador (2020). O documentário dirigido por Cris Ventura acompanha as ideias e os projetos artísticos de Jônatas Amador, também conhecido como Vidigal, jovem mineiro falecido em 2019. A cineasta já acompanhava as obras do amigo, quando a morte transformou o projeto.
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O belo filme evita tanto o saudosismo quanto a idealização de seu protagonista. Ventura busca uma estética capaz de dialogar com o artista iconoclasta e provocador, o que resulta numa obra agradável, repleta de conversas despojadas e de criações poéticas capazes de representar a vida de Vidigal quando dormia nas ruas de Belo Horizonte. Leia a nossa crítica.
Enquanto isso, a Mostra Aurora apresentou outro concorrente baiano da competição oficial. Rosa Tirana (2020) propõe a fábula de uma garotinha vivendo no sertão nordestino. Diante da pobreza da família, decide sair de casa e se aventurar mundo afora. Pelo caminho, encontra ícones e símbolos relacionados às culturas locais.
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Por mais que carregue boas intenções, o resultado transborda de ingenuidade, além de um olhar conformista à pobreza do núcleo familiar. Ainda mais graves são os problemas de som, luz, montagem e direção de arte, fruto de uma produção incapaz de se adequar aos recursos disponíveis. Trata-se do título mais fraco apresentado pela Mostra até agora. Leia a nossa crítica.
A Mostra Aurora continua nesta terça-feira, 26 de janeiro, com a exibição de Kevin (2021), documentário mineiro de Joana Oliveira que confronta a experiência de vida de duas mulheres na casa dos quarenta anos de idade: a diretora brasileira e Kevin Adweko, uma amiga de Uganda.
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