Desde o dia 11 de setembro o cineasta Sérgio Tréfaut vem recebendo uma bonita homenagem no Rio de Janeiro com a mostra Regresso ao Brasil, que passa a limpo a sua carreira. Até o dia 11 de outubro, no Centro Cultural Justiça Federal do Rio de Janeiro (Av. Rio Branco, 241), com entrada gratuita, serão exibidos seus curtas e longas-metragens em sessões especiais que contarão com a presença do cineasta e de alguns convidados especiais (a lista completa você confere logo abaixo).
Sérgio Tréfaut nasceu na cidade de São Paulo, no Brasil. Em 1977, mudou-se para Lisboa, onde completou o ensino secundário no liceu francês. Estreou como diretor no curta-metragem Alcibiades (1991). Debutou em longas a partir do documentário Outro País (2000). Atingiu fama após realizar Viagem a Portugal (2011), drama estrelado por Maria de Medeiros. Estabeleceu ainda mais o seu nome no cenário cinematográfico internacional com Treblinka (2016) e Raiva (2018).
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Nesta quinta-feira, 19, conversamos remotamente com Sérgio Tréfaut para falar sobre essa retrospectiva de sua obra, partindo da novidade de vê-la em conjunto. “É uma experiência diferente. Houve retrospectivas como essa em Lisboa e São Paulo. Comecei a pensar meus filmes em conjunto. Sinto-me muito feliz pelos filmes terem sobrevivido. É incrível ver as pessoas conversarem sobre meus trabalhos. É até uma coisa meio sem vergonha da minha parte dizer isso (risos), mas fico contente de receber esses retornos das pessoas, de ouvir que elas se conectam com o que veem na telona. Algo que se coloca na minha obra é que ela é formada de filmes muito diferentes. No meu trabalho, para além de ele reunir ficções e documentário, sempre tento buscar caminhos diferentes. Cada filme é uma viagem”.
Sérgio Tréfaut também disse: “E outra coisa que me deixa muito contente é poder reunir pessoas incríveis para falar de meus filmes. Para além de eu as adorar, admirar o que elas fazem, é importante sentir que isso se cimenta numa espécie de comunidade. Para mim é importante o título dado no Rio de Janeiro para a mostra, Regresso ao Brasil, pois dentro desse meu percurso de trabalho, embora eu tenha nascido no Brasil, a minha base de trabalho foi portuguesa”.
Na nossa conversa com Sérgio Tréfaut, falamos sobre os convidados escolhidos para debater os principais filmes, pessoas de seu trato íntimo, amigos, colaboradores e gente de cinema que ele admira. Abaixo, em meio à programação da mostra daqui em diante, confira o que ele disse com exclusividade ao Papo de Cinema a respeito de cada um dos próximos convidados.
25/09
Lisboetas (2004, 100’, documentário). Debate com Consuelo Lins
“Conheço a Consuelo há alguns anos, inclusive porque ela apresentou alguns de meus filmes na faculdade. O Lisboetas é um retrato coletivo. Aliás, algumas pessoas fazem referência ao meu trabalho às vezes em comparação ao do Eduardo Coutinho. Nossos estilos são diferentes, mas têm em comum essa coisa dos retratos coletivos”.
Viagem a Portugal (2011, 75’, ficção). Debate com Edgar Moura
“O Edgar Moura é o diretor de fotografia do filme, então não tive muita dúvida na hora de escolher o convidado”.
02/10
A Cidade dos Mortos (2009, 62’, documentário). Debate com Beth Formaggini
“A Beth é uma pessoa com quem me relacionei desde o momento em que voltei ao Brasil. Moro no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, por ‘culpa’ da Beth. Ela sempre uma divulgadora do meu trabalho e uma grande amiga”.
Waiting For Paradise (2009, 14’, curta-metragem).
Alentejo, Alentejo (2013, 98’, documentário). Debate com Quito Pedrosa
“Quito é músico e neto do Mário Pedrosa. Ele segue meu trabalho há algum tempo. Morei na casa da mãe dele, a Vera, em Paris. O Quito era um obcecado por esse filme porque ele tinha a ver com música popular, com a procura de uma raiz musical”.
09/10
Paraíso (2021, 85’, documentário). Debate com Ana Rieper
“Mais ou menos há seis meses, Ana me ligou e disse, meio sem jeito, que precisava me dizer que seu próximo filme se chamaria exatamente Paraíso. E eu adoro o trabalho da Ana. O João Moreira Salles era uma outra possibilidade para esse debate, mas ele não pode porque está envolvido com a FLIP, a feira literária de Paraty”.
Alcibiades (1992, 26’, curta-metragem) + novos projetos. Debate a confirmar
“Inicialmente, esse debate seria com Marcelo Gomes, mas no mesmo dia ele tem a exibição de seu novo filme no Festival do Rio. Já tenho uma pessoa em mente, mas ainda é segredo. Trata-se de alguém que está meio recluso, então quem sabe façamos algo via zoom”.
11/11
A Noiva (2022, 81’, ficção). Debate com Lúcia Murat
“Na minha tentativa de fechar o filme, quando ainda estava em processo de montagem, fiz uma projeção para amigos e a Lúcia Murat ficou super entusiasmada com o longa. Além de ser alguém com uma personalidade incrível, ela é uma produtora seríssima e fez comentários interessantes sobre a produção, especialmente sobre como eu tinha feito muito com tão pouco dinheiro”.
REGRESSO AO BRASIL
Centro Cultural da Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro)
De 11 de setembro a 11 de outubro
Mostra gratuita
Redes sociais: @retrospectivasergiotrefaut.rj
Mais informações sobre o cineasta e os filmes, acesse: https://faux.pt/pt/
CONFIRA TAMBÉM
– Podcast Papo de Cinema
(YouTube e principais players de áudio)