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No mês de setembro, a MUBI apresenta filmes raríssimos do cinema norte-americano e asiático, enquanto celebra novas vozes da cinematografia brasileira e segue destacando o melhor da produção independente do mundo inteiro. Em especial, as obras de temática LGBTQI+ serão representadas tanto em filmes contemporâneos quanto em experiências vanguardistas dos anos 1970.

Entre os títulos brasileiros, destaca-se a presença do vibrante Corpo Elétrico (2017), um olhar sobre as sexualidade e identidades de gênero fluidas e marginais, revelando o talento do diretor Marcelo Caetano em longas-metragens. A Rosa Azul de Novalis (2018), de Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro, explora a autoficção de um poeta queer narrando sua trajetória entre devaneios eróticos e investigações literárias. Já o documentário Excelentíssimos (2018), de Douglas Duarte, reconstrói o golpe de 2016 e a eleição de Jairo Bolsonaro.

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Corpo Elétrico

 

Os amantes do cinema asiático descobrem obras de dois grandes cineastas malaios: enquanto Tsai Ming-Liang é representado por Walker (2012) e No No Sleep (2015), dois curtas-metragens de linguagem experimental, Woo Ming-Jin terá os trabalhos Monday Morning Glory (2005), The Elephant and the Sea (2007) e Woman on Fire Looks For Water (2009) acrescentados à plataforma.

Em paralelo, dois raros destaques do cinema gay são acrescentados ao acervo da MUBI: Gay USA (1977), documentário sobre a Parada do Orgulho LGBT nos Estados Unidos, e Buddies (1985), considerado o primeiro longa-metragem norte-americano a discutir abertamente o HIV. Ambos os projetos são dirigidos Arthur J. Bressan Jr., cineasta falecido apenas dois anos após a conclusão deste último filme, em decorrência de AIDS.

O Papo de Cinema ainda destaca a estreia de um dos nossos títulos preferidos da última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (e olha que a gente viu filmes até não dar mais!): Space Dogs (2019), um deslumbrante documentário experimental sobre a cadela Laika, enviada à Lua, em comparação com os cães errantes que passeiam pela cidade de Moscou atualmente. Os diretores Elsa Kremser e Levin Peter elegeram cães “protagonistas” e os acompanharam com a equipe pelas ruas da cidade, para observar o comportamento agressivo dos animais. Tão estranho quanto imperdível.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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