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Talvez nenhum outro título tenha sofrido tantas remarcações de estreia quanto Mulher-Maravilha 1984 (2020). Com a Europa vivendo o que parece realmente ser a segunda onda da Covid-19 (veja numa das notícias relacionadas abaixo como os países do continente estão lidando com a situação) e os Estados Unidos batendo recordes diários de novos casos da doença, está ficando difícil saber como lidar com esse potenciais blockbusters engavetados. E, descontentes com o desempenho de Tenet (2020) nessas bilheterias afetadas pela pandemia, os executivos da Warner Bros. estão pensando numa medida por muitos considerada radical quanto à carreira comercial do filme protagonizado pela princesa das Amazonas. Eles estão cogitando a possibilidade de fazer um lançamento restrito em dezembro nas salas de cinema, inclusive para dar algum fôlego aos exibidores (parceiros vitais) à beira do colapso, e já disponibilizar o longa no HBO Max, streaming da empresa, logo em janeiro.

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Os favoráveis à medida alegam que lançar Mulher-Maravilha 1984 praticamente no HBO Max seria um evento e tanto para ajudar o serviço de streaming – que ainda não opera no Brasil – a alavancar sua base de assinantes e assim fazer frente aos concorrentes gigantes, tais como Netflix e Amazon. No terceiro semestre de 2020, a Warner Media relatou que teve 8,6 milhões de assinantes, chegando a 38 milhões se combinados com os já pagantes pela HBO. Porém, existe uma ala entre os acionistas do conglomerado que não estão curtindo a ideia de privilegiar o virtual com um filme que teria boas chances de bater a marca de US$ 1 bilhão de arrecadação. Aguardemos os próximos capítulos dessa novela que pode, de acordo com seu desfecho, apontar a novos paradigmas acelerados pela pandemia que ameaça se agravar.

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Gal Gadot em “Mulher-Maravilha 1984”
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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