Nada a Perder (2018) se tornou um verdadeiro fenômeno nas bilheterias, aliás, o maior do nosso cinema. De acordo com os dados divulgados pela Ancine, a primeira parte da cinebiografia do bispo Edir Macedo contabilizou 11.944.985 ingressos vendidos, um pouco mais do que Os Dez Mandamentos: O Filme (2016), segunda posição no ranking com 11.259.536. Em comum, ambos têm o fato de serem produções da Record Filmes, com mensagens estreitamente ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus. Também dizem respeito aos dois filmes as polêmicas das salas virtualmente cheias, mas factualmente vazias, o que promete acontecer também com Nada a Perder 2 (2019), que chegou nesta quinta-feira, 15, aos cinemas, vide uma prática que testemunhamos antes da sessão.
LEIA MAIS
24° Prêmio Guarani :: Indicados de 2018
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2019 :: Benzinho é o grande vencedor
Ewan McGregor voltará a interpretar Obi-Wan Kenobi em série do Disney +
O Papo de Cinema foi conferir o filme nesta quinta-feira, 15, no Rio de Janeiro, no horário das 13h30, a fim de fazer a crítica que você pode ler aqui, numa sessão convencional (os produtores não fizeram a chamada cabine de imprensa, projeção especial em que os críticos assistem às produções antes a fim de escrever a tempo da estreia). No momento de escolher o assento, notamos que a sala contava com cerca de 90% de ocupação, algo que não se concretizou na exibição, que tinha, mais ou menos, umas 30 pessoas. Um pouco antes do começo, ainda no hall no cinema, uma pessoa não identificada, senão como fiel da IURD, se aproximou com um bolo de ingresso oferecendo-nos um deles.
Relatos dão conta de que fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus estão distribuindo ingressos na frente das igrejas, numa prática que não tem absolutamente nada de ilegal, mas que causa uma distorção na ideia de “sucesso”, uma vez que os números de bilheteria não correspondem à presença das pessoas nas sessões.