Oshima (1932-2013) foi um dos mais firmes defensores da liberdade de expressão e um crítico do cinema comercial de Hollywood e do Japão. Sua carreira se iniciou, como a de muitos cineastas japoneses da época, no famoso estúdio Shochiku, onde trabalhou como assistente de direção. Em 1959, dirigiu seu primeiro filme, Uma Cidade de Amor e de Esperança, que tratou da pobreza e das diferenças de classe no Japão pós-guerra, com estética do realismo social. Críticos classificaram seus filmes dos anos 60 como a nova onda japonesa, um cinema inspirado pela Nouvelle Vague francesa. Depois de seu terceiro longa-metragem, Oshima rompeu com a Shochiku, após o estúdio retirar Noite e Névoa no Japão (1960) de circulação devido ao conteúdo político. O cineasta continuou, então, a fazer filmes com sua produtora independente.
Seus filmes seguinte contaram frequentemente com protagonistas rebeldes ou criminosos, como em O Túmulo do Sol (1960) e Prazeres da Carne (1965), ou tratam de violência e sexualidade, como em Violência ao Meio-Dia (1966) e Duplo Suicídio Forçado: Verão Japonês (1967). Os filmes Canções Lascivas do Japão (1967) e O Regresso dos Três Bêbados (1968) experimentam com a narração e as formas cinematográficas, empregando cenas surreais e experimentais.
Baseado em uma história real famosa no Japão, sua obra-prima Império dos Sentidos explora os limites entre a arte e a pornografia e a relação entre o erotismo e o impulso de morte. Considerado o maior sucesso comercial de Oshima, marca o início do uso de imagens de sexo explícito no cinema de arte. O filme sofreu severa censura em alguns países na época de seu lançamento e sua versão integral continua proibida no Japão até hoje.
(Fonte: Assessoria de Imprensa CCBB)