Morreu neste sábado, 21, o ícone Nelson Pereira dos Santos, um dos maiores cineastas brasileiros, considerado, entre outras coisas, o verdadeiro precursor do Cinema Novo. A informação de sua morte foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras. Nelson, que tinha 89 anos, estava no Hospital Samaritano, na zona sul do Rio de Janeiro, para tratar de uma pneumonia. Durante a internação, foi diagnosticado com um tumor no fígado.
Paulista, nascido no Brás, Nelson Pereira dos Santos cultivou desde cedo a cinefilia. Ainda na adolescência, participou de cineclubes e atividades ligadas também ao teatro amador. Engajado politicamente, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, que deixaria apenas em 1956. Antes disso, em 1947, começou a carreira jornalística. O salário era utilizado para ajudar a família e bancar a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
O ingresso, de fato, no cinema veio logo após uma viagem de dois meses à França, onde frequentou a Cinemateca Francesa, de Henri Langlois, aproximando-se da efervescência cultural parisiense do pós-guerra. Depois de filmar curtas e médias-metragens, num tempo em que se mudou para o Rio de Janeiro, realizou Rio, 40 Graus (1955), inspirado pelo neorrealismo italiano, plantando a semente do que seria o Cinema Novo, do qual dirigiu um dos maiores emblemas, Vidas Secas (1963). A carreira de Nelson atravessou todos os momentos do cinema brasileiro desde então, se consolidando como uma das mais importantes e sólidas, não apenas do Brasil, mas do mundo.
Nelson Pereira dos Santos deixa, além de mulher e quatro filhos, um verdadeiro legado.
(Fonte: Redação PdC)
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