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Netflix co-financiará restauração do clássico Napoleão, de Abel Gance

Publicado por
Marcelo Müller

A indústria cinematográfica francesa é uma das mais arredias à Netflix. Foi em seu território que se deu a polêmica “streaming tem espaço em festivais de cinema?” – ler nas notícias relacionadas abaixo – e a própria legislação francesa impõe uma série de regras para que a empresa norte-americana continue a operar no país. Mas, ao que parece, depois de alguns anos meio que aparentemente operando ideologicamente em lados opostos, o mercado francês e a Netflix começam a dialogar, com ambos cedendo. Prova disso é o anúncio de que Netflix vai co-financiar a restauração de Napoleão (1927), um dos grandes emblemas do cinema francófono da era muda, em parceria com o French National Film Board (CNC) e a Cinémathèque Française. No comunicado enviado à imprensa, a marca deixou no ar a possibilidade de que essa iniciativa de preservação deva ser a primeira de muitas.

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Foi também anunciado que a restauração será seguida por uma série de projeções, conferências e masterclasses sobre o clássico dirigido por Abel Gance que tem quase seis horas de duração. Mais que o investimento em si – que para uma empresa desse porte é relativamente pequeno – se trata de uma belíssima carta de intenções no sentido de um apaziguamento das relações estremecidas. Claro, isso também tem a ver com o fato de todos os streaming precisarem desempenhar um papel ativo no mercado exibidor europeu a partir de 2021, graças aos regulamentos que exigem das plataformas o reinvestimento de uma porcentagem de seus ganhos no território em produções locais.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.