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Nos Estados Unidos, campanha de US$ 25 milhões visa atrair público ao cinema

Publicado por
Bruno Carmelo

A situação da indústria de cinema norte-americano tem melhorado consideravelmente nas últimas semanas, devido às estreias bem-sucedidas de filmes como Viúva Negra (2021) e Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021). No entanto, os especialistas do mercado previam que os números estariam mais expressivos no segundo semestre. Alguns obstáculos diminuem o interesse do público pelas salas de cinema neste momento: a forte concorrência com novos serviços de streaming, o alto preço dos ingressos e o crescimento da variante Delta da Covid-19, num país onde parte da população recusa a vacina.
Até setembro, apenas seis filmes superaram a marca de US$ 100 milhões domésticos no país este ano: Viúva Negra (US$ 182 milhões), Velozes & Furiosos 9 (US$ 172 milhões), Um Lugar Silencioso: Parte II (US$ 160 milhões), Jungle Cruise (US$ 107 milhões), Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (US$ 101 milhões) e Godzilla vs. Kong (US$ 100,5 milhões). Para efeito de comparação, no ano de 2019, pré-pandemia, 42 lançamentos atingiram US$ 100 milhões, segundo números do site especializado Box Office Mojo.
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Viúva Negra

Por isso, a rede de cinemas ACM, uma das maiores nos Estados Unidos, decidiu criar a primeira campanha de amplitude nacional para atrair espectadores de volta às salas escuras. A empresa investiu US$ 25 milhões para contratar Nicole Kidman como atriz propaganda, que aparecerá nos lares de 600 cidades norte-americanas, além de nove países europeus, falando sobre a magia que apenas a sala de cinema pode proporcionar. Segundo o CEO da empresa, em entrevista à Variety, “está na hora de jogar na ofensiva novamente”.
Os vídeos de 15, 30 e 60 segundos são comandados por Jeff Cronenweth, diretor de fotografia indicados a 2 Oscars por A Rede Social (2010) e Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011), em parceria com Tim Cronenweth. Já o roteiro fica por conta de Billy Ray, indicado ao Oscar por Capitão Phillips (2013). A estratégia adotada pela empresa significa que os serviços de streaming estão devorando uma fatia ainda maior do que esperado dos lucros decorrentes do audiovisual, e que o público não está voltando “naturalmente” aos cinemas com as campanhas de vacinação lideradas pelo presidente Joe Biden. Parece que faz anos desde que Christopher Nolan brigou para lançar Tenet nas salas de cinema em julho de 2020, tendo certeza que este seria o filme-evento capaz de despertar o retorno do público. Os números apontaram para caminhos bastante diferentes.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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