Novo filme de Hayao Miyazaki levará anos até ser concluído

Todo fã do Studio Ghibli ficou eufórico com a notícia que Hayao Miyazaki abandonara a aposentadoria para fazer mais um filme. Só que o tempo passa, o tempo voa e nada do projeto dar as caras. Segundo o produtor Toshio Suzuki, ainda levará um bom tempo para que isto aconteça. Pelo menos, três anos.

“Ainda estamos fazendo os desenhos a mão, mas levará mais tempo que o normal porque estamos fazendo mais frames. Logo, há mais desenhos a serem feitos”, contou o produtor, em entrevista à Entertainment Weekly. “Quando fizemos Meu Amigo Totoro (1988), tínhamos apenas oito animadores e o fizemos em oito meses. Para o filme atual são 60 animadores, mas só temos conseguido preparar um minuto do filme por mês. Em 12 meses do ano, se tem 12 minutos do filme. Estamos trabalhando neste filme há três anos, logo, temos pronto 36 minutos. Esperamos concluí-lo nos próximos três anos”, complementou.

Vale ressaltar que, se o ritmo de produção se mantiver no nível atual, o próximo filme de Miyazaki, já intitulado How Do You Live?, terá pouco mais de uma hora de duração. Ou seja, será o mais curto de toda a carreira do diretor.

Adaptação de um conto de 1937, escrito por Yoshino Genzaburo, How Do You Live? trará a história de um jovem que vive com o tio, após a morte do pai. Miyazaki decidiu realizá-lo em 2017, de forma a dedicá-lo ao seu neto.

“Quando Miyazaki contou que queria fazer mais um filme, lhe disse que não era uma boa ideia porque já havia conquistado muito na carreira. Não se pode voltar e fazer o mesmo que fazia antes, é preciso entregar algo diferente. Uma das ideias que surgiram foi esta, por que não levar mais tempo e mais dinheiro para fazer um filme? Logo, é o caminho que temos seguido”, explicou o produtor.

Não tem problema, Miyazaki, a gente espera tamanho perfeccionismo. Enquanto isso, nos divertimos (re)vendo seus filmes, vários deles disponíveis na Netflix.

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Francisco Russo

Jornalista e crítico de cinema. Fundador e editor-chefe do AdoroCinema por 19 anos, integrante da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro), autor de textos nos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros", "Documentário Brasileiro - 100 Filmes Essenciais", "Animação Brasileira - 100 Filmes Essenciais" e "Curta Brasileiro - 100 Filmes Essenciais". Situado em Lisboa, é editor em Portugal do Papo de Cinema.

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