O ex-jogador de futebol americano e ator O.J. Simpson morreu nesta quarta-feira, 10, aos 76 anos de idade, em decorrência de um câncer de próstata diagnosticado em fevereiro deste ano. Ele foi uma das personalidades mais controversas do século 20 nos Estados Unidos. Depois de ser um dos grandes destaques da NFL (a principal liga do futebol americano) por 11 temporadas, jogando geralmente pelo Buffalo Bills, Simpson, considerado um dos maiores running backs de todos os tempos, decidiu apostar em outra carreira, a de ator. Seus papeis mais marcantes no cinema estão em Inferno na Torre (1974) e Corra Que a Polícia Vem Aí! (1988) – chegou a participar das duas sequências imediatas do filme original. De personalidade irascível, O.J. Simpson poderia ter se firmado no imaginário norte-americano como uma lenda esportiva que migrou com certo êxito à carreira nas telonas, mas em 1994 foi acusado de ter assassinado sua ex-mulher, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ronald Goldman. E isso mudou completamente a sua vida, bem como a sua imagem pública.
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O.J. Simpson protagonizou um dos julgamentos mais midiatizados da história dos Estados Unidos e também um dos mais polêmicos. O julgamento de Simpson começou em 26 de setembro de 1994 e durou 372 dias, número tão expressivo quanto os 96 quilômetros percorridos sendo perseguido pela polícia em junho do mesmo ano, depois de ter sido considerado o principal suspeito do duplo homicídio. No julgamento foram ouvidas 133 testemunhas e feitas cerca de 16 mil objeções. A atuação do advogado de defesa, Johnnie Cochran, foi duramente criticada ao longo dos anos posteriores, especialmente por conta da absolvição de Simpson – que já tinha sido denunciado por violência doméstica quando era casado com Nicole. O caso é brilhantemente esmiuçado na minissérie documental vencedora do Oscar (como filme documental em longa-metragem) e de dois Emmys O.J.: Made in America (2016) e também na minissérie ficcional American Crime Story :: The People v. O.J. Simpson (2016).
O.J. Simpson voltou ao banco dos réus em 2007 para se defender de uma acusação de assalto a um hotel-cassino em Las Vegas, especificamente a dois colecionadores de artigos esportivos. Em sua defesa, o ex-atleta afirmou que não estava armado e apenas tentava recuperar parte de sua memorabilia surrupiada. O júri o declarou culpado em 03 de outubro de 2008 e ele foi condenado a 33 anos de prisão por sequestro e assalto à mão armada, entre as 12 acusações pelas quais foi considerado culpado. Depois de nove anos encarcerado, Simpson saiu em liberdade condicional em 2017.