O Leopardo é um dos principais clássicos da literatura mundial. Escrito por Giuseppe Tomasi di Lampedusa, duque de Palma e príncipe de Lampedusa, ele conta a história de uma aristocracia siciliana decadente e moribunda ameaçada pela aproximação da revolução e da democracia. O contínuo entrelaçar de mundos públicos e privados e, sobretudo, a compreensão da fragilidade trazem ao livro uma particular aura de beleza melancólica e um comovente poder lírico. Quem em sã consciência adaptaria uma obra-prima aos cinemas? Um gênio.
Em 1963, O Leopardo estreava na Itália. Dirigido por ninguém menos do que Luchino Visconti, um dos grandes cineastas italianos de todos os tempos e ele próprio membro da aristocracia, o longa-metragem contava com Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale nos principais papéis. Premiado como Melhor Filme (Palma de Ouro) no Festival de Cannes 1963 e indicado a Melhor Figurino no Oscar 1964, se consolidou ao longo dos tempos como um clássico incontornável. E chega nesta quarta-feira, 05, às telinhas via Netflix uma série baseada nessa história. Um passo ousado, sem dúvida. Mas será que teremos novidades?
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A DIREÇÃO DE O LEOPARDO
O Leopardo foi comandado por Luchino Visconti, à época já considerado um dos mestres do cinema europeu. Ele prenunciou o Neorrealismo Italiano com Obsessão (1943), ajudou a consolidar esse movimento de vanguarda com A Terra Treme (1948) e assinou outros filmes memoráveis, tais como Belíssima (1951), Vagas Estrelas da Ursa (1965) e Morte em Veneza (1971). Já a série foi criada pelo britânico Richard Warlow e é dirigida por Tom Shankland, Giuseppe Capotondi e Laura Luchetti. Portanto, chega sem o peso de um grande nome.
O ELENCO DE O LEOPARDO
Algo semelhante acontece se compararmos os elencos do filme e da série de TV. No longa tínhamos estrelas de renome mundial, tais como Burt Lancaster, Alain Delon, Terence Hill e Claudia Cardinale. O principal nome da série é Kim Rossi Stuart, ator e cineasta italiano que aqui interpreta o protagonista Don Fabrizio Corbera, Príncipe de Salina. Mas, como vimos recentemente com o êxito de outra adaptação dificílima de uma obra-prima da literatura, Cem Anos de Solidão (2024-), nem sempre falta de notoriedade é um mal sinal.
A ABORDAGEM DE O LEOPARDO
As vantagens da série estão no maior tempo à disposição para elaborar as complexidades do original literário de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Desde o começo das divulgações da produção, seus criadores enfatizaram que essa seria uma leitura mais sofisticada e contemporânea da trama contida no livro, assim como uma reflexão mais atual dos reflexos das sérias mudanças políticas e sociais. Como cada obra é fruto inexorável de seu tempo, é inevitável que o mesmo livro de referência gere resultados muito particulares, para começo de conversa, pelos pontos de vista específicos de cada um deles e a possível conexão da trama, respectivamente, com os anos 1970 e 2025.
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