Antes de qualquer coisa é bom dizer…ALERTA DE SPOILER. Não leia esta notícia se você ainda não assistiu a O Poço (2020), filme recentemente disponibilizado na Netflix que vem causando um verdadeiro rebuliço entre os espectadores. Todo mundo avisado? Beleza, prosseguimos. O longa-metragem tem gerado debates (às vezes acalorados) na internet sobre, principalmente, a forma como termina. A trama mostra um sujeito que foi parar numa espécie de prisão vertical. Em virtude das regras vigentes, é provável que os encarcerados dos andares superiores comam despreocupadamente enquanto os dos níveis inferiores tenham de se virar, geralmente recorrendo à barbárie para continuar vivendo.
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Nos minutos finais, Goreng (Ivan Massagué) e Baharat (Emilio Buale) lançam mão do plano para enviar uma mensagem aos administradores, supostamente com isso quebrando a lógica de funcionamento do lugar. Descendo até o nível mais inferior, descobrem uma criança prontamente por eles alimentada e colocada na plataforma para servir de “mensagem”. Quando o protagonista se prepara para subir junto, o fantasma de seu ex-colega de sela surge para dizer que “a mensagem não precisa de portador”, então ele decide ficar. Perguntado pelo site norte-americano Collider sobre o que esse clímax significaria, o cineasta espanhol Galder Gaztelu-Urrutia expandiu o mistério: “Isso (se a mensagem será recebida) você deveria perguntar à sociedade. Cabe, na verdade, a todos nós. Depende, se queremos continuar sendo a espécie mais mesquinha que já pisou neste planeta, ou…”, disse o reticente realizador.
Questionado sobre os objetivos da administração da prisão, ele foi ainda mais lacônico: “Essa é uma questão menor. O que importa é o que cada um de nós faz com as ferramentas recebidas. Se trata de uma autocrítica social. Não me sinto autorizado a dizer o que alguém tem de fazer. O filme aspira apenas à exposição, não a doutrinar ou a palestrar. Muitos fazem o que precisam, mas a maioria passa boa parte do tempo buscando desculpas”. E você, curtiu O Poço? Confira aqui a crítica do nosso editor Marcelo Müller.
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