Apesar de os festivais de cinema estarem paralisados ou reduzidos devido à pandemia de Covid-19, o cinema brasileiro segue recebendo prêmios importantes fora do país. Desta vez, Ontem Havia Coisas Estranhas no Céu (2018) foi eleito o melhor longa-metragem de estreia no Cinéma du Réel, tradicional evento francês destinado aos documentários.
O festival teve sua edição presencial cancelada, porém os organizadores decidiram manter a programação, submetida aos jurados e ao público local em versão online por meio de uma parceria com serviços de streaming. O diretor Bruno Risas foi avisado sobre o prêmio recebido, mesmo à distância, por seu primeiro longa-metragem. A narrativa híbrida entre drama e documentário, com traços de ficção científica, já havia vencido o prêmio de melhor projeto em desenvolvimento nos festivais de Brasília e Cartagena.
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Ontem Havia Coisas Estranhas no Céu coloca Bruno Risas e sua família como protagonistas. O diretor se apropria de fatos pessoais – a crise financeira, a mudança de casa, as brigas entre os familiares – para combinar com a história da abdução da mãe por seres extraterrestres. O projeto foi desenvolvido ao longo de nove anos.
O filme tem estreia garantida nos cinemas brasileiros pela Vitrine Filmes, embora a data tenha sido adiada em tempos de quarentena. Ele se insere numa tendência recente de combinar a linguagem ultra realista com elementos do cinema de gênero e/ou fantástico, como visto em Quintal (2015), de André Novais Oliveira, Os Jovens Baumann (2018), de Bruna Carvalho Almeida, e Tremor Iê (2019), de Elena Meirelles e Lívia de Paiva.
