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Pegando uma carona violentíssima na divulgação de Barbie (2023) – um dos surtos coletivos (criados pelo marketing) mais bizarros dos últimos tempos – Oppenheimer (2023) chega ao Brasil nesta quinta-feira, 20, mas infelizmente não poderemos vê-lo por aqui em seu formato original. É isso mesmo. Entusiasta da película e de outros dispositivos analógicos, o cineasta britânico Christopher Nolan rodou seu mais recente longa-metragem em formato 70mm (lembrando que antes do advento do cinema digital, o formato padrão era o 35mm). E, para projetá-lo de modo totalmente adequado, precisamos de salas com capacidade de projetar filmes em 70mm, certo? É aí que entra o problema. Cerca de 30 salas no mundo têm essa possibilidade e nenhuma delas fica no Brasil. – desde 1993 não temos salas no país com essa bitola. Então, a não ser que você viaje para fora, terá de se contentar, quando muito, com uma cópia digital exibida em IMAX (a que, segundo o estúdio, mais se aproxima da experiência original).

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A distribuição mundial das salas que exibem películas em 70mm é assim: EUA (19), Canadá (06), Reino Unido (03), República Tcheca (01) e Austrália (01). O que nos leva à pergunta: qual o sentido do purismo de rodar em 70mm num mundo que está quase todo despreparado para exibi-lo? Para se ter uma ideia, o rolo 70mm de Oppenheimer tem 18 quilômetros de comprimento e pesa 272 kg. O tamanho da bronca a gente confere na imagem abaixo.

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Foto/David Keighley
As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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