Uma noite de confusões, surpresas, protestos e algumas injustiças. Assim pode ser avaliada a cerimônia de premiação dos 89a Academy Awards, o prêmio máximo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, popularmente conhecido em todo o mundo como o cobiçado Oscar! E se a produção do show se atrapalhou e entregou o envelope errado para os apresentadores Warren Beatty e Faye Dunaway – em cena para uma homenagem aos 50 anos de lançamento do clássico Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas (1967) – que acabaram se equivocando e lendo como vitorioso primeiro La La Land: Cantando Estações, para logo em seguida corrigirem e anunciarem, enfim, Moonlight: Sob a Luz do Luar como o grande vencedor, esta não foi a única trapalhada. A pior – e ainda mais grave – foi a exibição de uma arte homenageando a figurinista Janet Patterson (1956-2016), quatro vezes indicada ao Oscar, no segmento In Memoriam. Reconhecimento justo, caso não tivessem usado uma foto da produtora australiana Jan Chapman no lugar! Ainda referente a este momento, a atriz Patricia Arquette (vencedora do Oscar como Melhor Atriz Coadjuvante por Boyhood: Da Infância à Juventude, 2014) protestou por terem esquecido de incluir o irmão dela, Alexis Arquette (1969-2016), ator de filmes como Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) e Juntos e Misturados (2014), entre os homenageados.
Mas nesse instante de tristeza, nem tudo foi desgraça. Assim como a Academia reconheceu o falecimento do documentarista Eduardo Coutinho (1933-2014) anos atrás, o mesmo aconteceu neste ano ao lembrarem de Hector Babenco (1946-2016) – indicado ao Oscar como Melhor Direção por O Beijo da Mulher Aranha (1985). Outros brasileiros presentes na festa, ainda que à distância, foram Lázaro Ramos e Seu Jorge, convidados a comentar seus filmes preferidos em um clipe em que artistas de todo o mundo reverenciam a produção hollywoodiana.
Moonlight foi o grande vencedor, com três estatuetas – Filme, Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante, para Mahershala Ali – mas não foi o mais premiado. Este mérito coube, enfim, à La La Land: Cantando Estações, que somou 6 vitórias: Direção (Damien Chazelle fez história, se tornando, com apenas 32 anos, o mais jovem realizador a ser premiado nesta categoria), Atriz (Emma Stone), Canção Original (City of Stars), Trilha Sonora, Design de Produção e Fotografia. Outros filmes com mais de duas vitórias foram Até o Último Homem (Montagem e Som) e Manchester à Beira-Mar (Roteiro Original e Ator, para Casey Affleck). Um Limite entre Nós foi premiado como Melhor Atriz Coadjuvante (Viola Davis, que fez o discurso mais emocionante da noite), enquanto que A Chegada levou apenas na categoria de Melhor Edição de Som. A Qualquer Custo, Estrelas Além do Tempo e Lion: Uma Jornada para Casa foram os únicos indicados a Melhor Filme que não ganharam nenhuma estatueta.
Se a vitória do iraniano O Apartamento merece ser celebrada – com direito até à carta de protesto do diretor Asghar Farhadi contra o presidente norte-americano Donald Trump – o mesmo não pode ser dito de O.J. Made in America, uma minissérie da ESPN com quase 8 horas de duração e exibida em cinco capítulos na televisão, que foi premiada como Melhor Longa Documentário – isso, sim, que é longa, hein? Zootopia, por fim, consagrou-se, como já se imaginava, como Melhor Longa de Animação – ainda que qualquer um dos seus quatro concorrentes fossem superiores. Confira a seguir a relação completa dos premiados deste ano – e depois assista ao nosso Videocast Especial, com a análise da equipe do Papo de Cinema de todos os vencedores!
MELHOR FILME: Moonlight: Sob a Luz do Luar (produção de Dede Gardner, Jeremy Kleiner e Adele Romanski)
DIREÇÃO: Damien Chazelle, por La La Land: Cantando Estações
ATRIZ: Emma Stone, por La La Land: Cantando Estações
ATOR: Casey Affleck, por Manchester à Beira-Mar
ATRIZ COADJUVANTE: Viola Davis, por Um Limite Entre Nós
ATOR COADJUVANTE: Mahershala Ali, por Moonlight: Sob a Luz do Luar
ROTEIRO ADAPTADO: Barry Jenkins e Tarell Alvin McCraney, por Moonlight: Sob a Luz do Luar
ROTEIRO ORIGINAL: Kenneth Lonergan, por Manchester à Beira-Mar
CANÇÃO ORIGINAL: “City of Stars”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek e Justin Paul, de La La Land: Cantando Estações
TRILHA SONORA: Justin Hurwitz, por La La Land: Cantando Estações
FOTOGRAFIA: Linus Sandgren, por La La Land: Cantando Estações
CURTA DE FICÇÃO: Sing (Mindenki), de Kristóf Deák e Anna Udvardy
CURTA DOCUMENTÁRIO: Os Capacetes Brancos (The White Helmets), de Orlando von Einsiedel, Joanna Natasegara
MONTAGEM: John Gilbert, por Até o Último Homem
EFEITOS VISUAIS: Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones e Dan Lemmon, por Mogli: O Menino Lobo
DESIGN DE PRODUÇÃO: David Wasco e Sandy Reynolds-Wasco, por La La Land: Cantando Estações
LONGA DE ANIMAÇÃO: Zootopia, de Byron Howard, Rich Moore e Clark Spencer
CURTA DE ANIMAÇÃO: Piper, de Alan Barillaro e Marc Sondheimer
FILME ESTRANGEIRO: O Apartamento, de Asghar Farhadi (Irã)
SOM: Kevin O’Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace, por Até o Último Homem
EDIÇÃO DE SOM: Sylvain Bellemare, por A Chegada
LONGA DOCUMENTÁRIO: O.J. Made in America, de Ezra Edelman e Caroline Waterlow
FIGURINO: Collenn Atwood, por Animais Fantásticos e Onde Habitam
MAQUIAGEM & CABELOS: Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Allen Nelson, por Esquadrão Suicida
(Fonte: Redação PdC)
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