Foram divulgadas nesta segunda, 16, as ‘shortlits’ do Oscar 2020! Ou seja, em 9 categorias, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood faz uma pré-seleção, dentre todos os possíveis candidatos. Somente dentre os títulos apresentados agora é que sairão os cinco finalistas que serão anunciados em 13 de janeiro de 2020. O Brasil tinha chances de entrar em três categorias: Filme Internacional, com A Vida Invisível (2019), Curta de Animação, com Guaxuma (2018), e Documentário em Longa-Metragem, com Democracia em Vertigem (2019). Dos três, apenas o último ficou entre os pré-indicados.
Produção da Netflix – e já disponível na plataforma de streaming – o longa de Petra Costa oferece uma visão bem pessoal sobre o recente golpe de estado ocorrido no Governo Brasileiro, com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a ascensão ao poder da extrema direita no país. Os pré-indicados a Melhor Documentário em Longa-metragem são:
Confira a crítica de Democracia em Vertigem, por Marcelo Müller
Confira a crítica de Honeyland, por Bruno Carmelo
Confira a crítica de Família da Madrugada, por Marcelo Müller
Além do Democracia em Vertigem, os títulos Indústria Americana, Privacidade Hackeada e Virando a Mesa do Poder também estão disponíveis na Netflix. Já One Child Nation pode ser encontrado na plataforma de streaming da Amazon Prime Video. Aquarela está no iTunes. Por fim, Apollo 11 será lançado em 27 de dezembro também no streaming da iTunes.
Dos 91 países que escolheram filmes para tentar uma vaga nessa categoria, apenas 10 foram pré-selecionados – e destes, somente 5 serão, de fato, indicados. O Brasil, que já concorreu em quatro ocasiões – a última foi com Central do Brasil (1998), de Walter Salles, há exatos 20 anos – ficou de fora mais uma vez. O nosso representante oficial era A Vida Invisível, de Karim Ainöuz, que chegou a ser premiado no Festival de Cannes e está indicado ao Film Independent Spirit, além de ter sido eleito um dos cinco melhores filmes estrangeiros do ano pelo National Board of Review. No entanto, para os votantes do Oscar, não ficou nem entre os dez melhores. Confira a lista completa:
Confira a crítica de Os Miseráveis, por Marcelo Müller
Confira a crítica de Aqueles que Ficaram, por Bruno Carmelo
Confira a crítica de Honeyland, por Bruno Carmelo
Confira a crítica de Uma Mulher Alta, por Marcelo Müller
Confira a crítica de Atlantique, por Marcelo Müller
Confira a crítica de Parasita, por Robledo Milani
Confira a crítica de Dor e Glória, por Marcelo Müller
Nessa lista, chama atenção a presença de Honeyland, que foi pré-selecionado também para Documentário em Longa-Metragem. O favorito, no entanto, é o sul-coreano Parasita, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e indicado ao Globo de Ouro e ao Critics Choice Awards, entre outros. Curiosa também a ausência de qualquer título sul-americano: dos dez selecionados, oito são europeus, um asiático e um africano. Parasita e Uma Mulher Alta encontram-se em cartaz nos cinemas brasileiros. Dor e Glória foi exibido meses atrás, e Atlantique pode ser encontrado na plataforma de streaming da Netflix. Aqueles Que Ficaram está com estreia marcada para a próxima quinta-feira, enquanto que os demais permanecem inéditos.
O curta-metragem brasileiro de animação Guaxuma, de Nara Normande, premiado nos festivais de Gramado, de Aspen, de Guadalajara, de Hamptons, de New Orleans, de Palm Springs, no IndieLisboa, no SXSW Film e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, havia ficado na lista inicial, entre os 92 curtas do gênero ‘pré-pré-selecionados’. No entanto, apenas dez títulos foram anunciados hoje, e o representante nacional, infelizmente, ficou de fora. Confira a lista completa:
Dos dez curtas pré-selecionados, apenas dois são majoritariamente norte-americanos. Há ainda dois da França, um da Rússia, um da Holanda, um do Canadá, um da República Checa, um da China e um de Portugal – ficará com esse a torcida dos brasileiros? Todos, aliás, são inéditos no Brasil.
Foram anunciados também os pré-finalistas em mais seis categorias: Documentário em Curta-metragem, Maquiagem e Cabelos, Trilha Sonora, Canção Original, Curta-metragem de Ficção e Efeitos Visuais. Confira as listas a seguir:
96 títulos estavam pré-pré-qualificados, e apenas dez ficaram entre os pré-indicados. O interessante é que, dos finalistas, quatro já estão disponíveis no Brasil e podem ser assistidos na plataforma de streaming da Netflix.
191 títulos estavam pré-pré-qualificados, e apenas dez ficaram entre os pré-indicados. Ao contrário dos curtas de documentário, todos os finalistas em ficção permanecem inéditos no Brasil.
Os cinco finalistas serão escolhidos dentre os dez aqui pré-indicados. A Academia formará um conselho (‘branch’) com os interessados em participar dessa etapa da votação. Todos os inscritos terão que assistir a um clipe de sete minutos, com trechos dos filmes acima, para apontar os melhores no quesito “maquiagem e penteados”.
Aqui são 15 os pré-indicados, selecionados dentre 170 trilhas-sonoras elegíveis neste ano. Membros do conselho (‘branch’) de Música determinam tanto os aqui citados como também os finalistas, que podem ser até cinco (mas não necessariamente – já houve ano com apenas dois indicados).
Mary Steenburgen, vencedora do Oscar como Melhor Atriz Coadjuvante por Melvin & Howard (1981), quase quatro décadas atrás, pode receber sua segunda estatueta neste ano, pela canção-tema de As Loucuras de Rose – que está também indicada ao Critics Choice Awards. Elton John pode ser duplamente indicado: pela parceria com Bernie Taupin, concorre também ao Globo de Ouro, ao Critics Choice, ao Satellite, à Sociedade de Críticos de Hollywood e ao Hollywood Music in Media Awards; enquanto que ao lado de Tim Rice – com quem ganhou a cobiçada estatueta dourada, vinte e quatro anos atrás, pela animação O Rei Leão (1994) – ele pode ganhar pela nova versão de O Rei Leão. Este filme pode dar também o Oscar para a popstar Beyoncé, que neste ano está indicada ainda ao Globo de Ouro, Critics Choice, Grammy e Satellite. Os autores da canção de Frozen 2 já possuem dois Oscars – por “Let It Go”, do primeiro Frozen (2013), e por “Remember Me”, de Viva: A Vida é uma Festa (2017). Por este novo trabalho estão indicados ao Globo de Ouro, ao Critics Choice, ao prêmio da Associação de Críticos de Hollywood, ao Hollywood Music in Media Awards, ao Satellite e na Sociedade dos Compositores e Letristas dos EUA.
Os documentários Toni Morrison: The Pieces I Am está representado pelo trabalho de Kathryn Bostic, indicado na premiação da Sociedade de Compositores e Letristas dos EUA, enquanto que The Bronx USA pode render o segundo Oscar para Paul Williams, premiado nessa categoria por “Evergreen (Love Theme from A Star is Born)”, de Nasce uma Estrela (1976) – ele conta com seis indicações ao todo até o momento. Após duas indicações, Pharrell Williams pode, finalmente, levar o Oscar pela canção-tema de The Black Godfather – que concorre também ao Hollywood Film Awards e ao Hollywood Music in Media Awards.
Quem também pode acumular mais de uma indicação é Bong Joon Ho, pois é o diretor de Parasita. Assim como Cynthia Erivo, protagonista de Harriet! Pela canção, concorre ainda ao Globo de Ouro, ao Critics Choice, ao Hollywood Music in Media Awards a ao prêmio da Sociedade de Compositores e Letristas dos EUA.
A canção escolhida de Toy Story 4 foi uma opção curiosa, uma vez que outro título da trilha sonora – “The Ballade of the Lonesome Cowboy”, também de Randy Newman – é que tem recebido mais atenção, tendo sido indicada ao Grammy e ao Satellite, por exemplo. A canção de Uma Aventura Lego 2 concorre também na premiação da Associação dos Críticos de Hollywood.
Thom Yorke é o vocalista da banda Radiohead, e concorre também ao Hollywood Music in Media Awards – essa poderá ser sua primeira indicação ao Oscar, apesar de já ter sido premiado no Festival de Veneza pela canção “A Suspirium”, de Suspíria: A Dança do Medo (2018). Diane Warren pode receber sua décima primeira indicação – e, quem sabe, terá sua primeira vitória? Por fim, Alan Menken já possui nada menos do que 8 Oscars (!) – num total de 19 indicações! Ele está ao lado de Benj Pasek e Justin Paul, dupla vencedora do Oscar pelo musical La La Land: Cantando Estações (2016). Páreo complicado, não?
Dos dez pré-indicados, quatro são longas dos Estúdios Disney: dois da Marvel, um Star Wars e um Disney. Temos também um musical cujos efeitos foram bastante criticados quando o primeiro trailer foi divulgado (Cats), e o sexto episódio que registrou a pior bilheteria de toda a saga (O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio). Dois destes longas apostaram no rejuvenescimento dos seus protagonistas – Projeto Gemini e O Irlandês – enquanto que um é um épico de guerra (1917). Por um, talvez o único cujo conceito seja inteiramente baseado no uso dos efeitos visuais (Alita: Anjo de Combate, em que até a protagonista é uma recriação digital).