Em 2021, os chineses poderiam estar comemorando a grande representatividade do país na cerimônia do Oscar. Enquanto a cineasta Chloé Zhao está indicada ao prêmio de melhor direção por Nomadland (2020), sendo uma das favoritas ao troféu, o filme Do Not Split, passado inteiramente na China, concorre na categoria de melhor curta-metragem documentário.
No entanto, as duas indicações provocam desconforto no governo chinês. Primeiro, Zhao teve falas contrárias ao regime expostas por hackers, motivando diversos cinemas a boicotarem o lançamento de Nomadland no país. Segundo, Do Not Split se concentra nos protestos em nome da democracia em Hong Kong, quando dezenas de estudantes foram hostilizados pela polícia e presos com base em severas leis de segurança nacional. O filme é dirigido pelo norueguês Anders Hammer.
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De acordo com o site The Hollywood Reporter, a rede estatal CCTV cogita não transmitir a cerimônia este ano, ou pelo menos suspender a transmissão ao vivo para apresentar uma versão editada, horas mais tarde. O Comitê de Propaganda chinês teria “sugerido” ao canal “se concentrar apenas em categorias não-controversas”.
A China possui um histórico expressivo de censura ao Oscar. Lady Gaga, que se destacou em 2018 devido a Nasce uma Estrela, teve sua imagem retirada da transmissão local, devido ao apoio à independência do Tibete. Já o discurso de Rami Malek, melhor ator por Bohemian Rhapsody (2018), teve a expressão “homem gay” substituída por “grupo especial”.
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