Esta tem sido uma notícia frequente após cada cerimônia do Oscar: o anúncio de um novo recorde negativo de audiência para a maior premiação da indústria norte-americana. Nos últimos dez anos, a premiação vem registrando atenção cada vez menor do público, apesar das tentativas de tornar a noite mais ágil, divertida, e mesmo de inverter a ordem do anúncio das categorias.
De acordo com a Variety, a entrega de prêmios do último domingo, 25 de abril, registrou pela primeira vez uma audiência inferior a 10 milhões de pessoas: foram 9,85 milhões de espectadores. Isso representa uma queda brutal de 58% em comparação a 2020, quando a cerimônia foi vista por 23,6 milhões de pessoas – o que já representava, por sua vez, um declínio expressivo em relação aos anos anteriores.
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Vários motivos explicam a baixa popularidade do Oscar: devido à pandemia de Covid-19, a maioria dos concorrentes foi exibido em poucos cinemas, ou apenas em plataformas seletas de streaming, resultando em bilheterias baixas e menor atenção do público amplo. Além disso, a decisão de realizar cerimônias presenciais e sem máscaras, em lugares distintos para diminuir a aglomeração, tampouco surtiu um efeito de curiosidade.
Mesmo assim, vale lembrar que a perda de prestígio dos prêmios data de muito antes da pandemia de coronavírus. Sem blockbusters, nem grandes celebridades ou novos nomes populares (a cerimônia recompensou os veteranos Anthony Hopkins e Frances McDormand, além de atrizes pouco conhecidas nos Estados Unidos, como a sul-coreana Youn Yuh-Jung), o evento pareceu desconectado do gosto popular.
Ironicamente, esta também foi a cerimônia mais diversificada em muito tempo, premiando o belíssimo Nomadland (2020) na categoria principal. De qualquer modo, os produtores da Academia precisarão fazer uma longa reflexão para tentar, finalmente, reconectar o Oscar com as plateias. Afinal, o prêmio depende diretamente de sua audiência para validar o status dos filmes e da própria indústria.
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