Estamos na reta final do maior prêmio do cinema mundial. Nesse domingo, 27, acontece a entrega do 94o Academy Awards, o popular Oscar! E entre tantas polêmicas – algumas categorias serão entregues antes da festa, o prêmio do ‘júri popular’ – a influência da premiação continua em alta, envolvendo fãs, curiosos e admiradores nos quatro cantos do mundo (bem, talvez não na China, mas tudo bem). Assim, para ajudar no bolão de última hora e até refletir um pouco sobre as tendências que evoluíram e/ou se transformaram ao longo da temporada, apresentamos agora o Guia Definitivo do Oscar 2022, com nossas apostas finais para TODAS as categorias, apontando quem irá ganhar, quem pode surpreender e quem merece. Confira!
MELHOR FILME INTERNACIONAL
Quem vai ganhar? Drive My Car
Quem pode surpreender? A Pior Pessoa do Mundo
Quem merece? Drive My Car
Dos cinco indicados, três concorrem também em outras categorias – ou seja, naturalmente estariam um passo adiante dos dois restantes. Desses, o representante do Japão é o único que concorre também a Melhor Filme. Provavelmente será o mais visto, além de ser o mais admirado. Além de ter ganho todos os prêmios precursores (Globo de Ouro, Critics Choice, Bafta, Sociedade Nacional dos Críticos dos EUA). Será a primeira vitória japonesa desde A Partida (2008), há mais de uma década. Já A Pior Pessoa do Mundo é igualmente maravilhoso e merecia ter recebido mais indicações do que apenas duas, mas por ser um de um gênero considerado “menor” (trata-se de uma comédia romântica), é mais provável que saia da festa de mãos abanando. Infelizmente.
MELHOR CURTA DE FICÇÃO
Quem vai ganhar? The Long Goodbye
Quem pode surpreender? Ala Kachuu: Take and Run
Quem merece? The Long Goodbye
Disponível no Brasil no YouTube, o curta estrelado e produzido por Riz Ahmed vai garantir o Oscar que o ator não ganhou no ano passado por sua atuação em O Som do Silêncio (2020). Há um sentimento, portanto, de compensação envolvido. Sem falar que aborda um tema urgente – a bipolaridade política que assombra o mundo. Por outro lado, caso decidam fugir de assuntos sérios e apostar em emoções mais rasteiras, o drama Ala Kachuu: Take and Run, vindo do Quirguistão, pode ganhar votos de simpatia, ao falar do papel das mulheres em países muçulmanos.
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Quem vai ganhar? A Sabiá Sabiazinha
Quem pode surpreender? Bestia
Quem merece? Bestia
Disponível na Netflix, talvez A Sabiá Sabiazinha seja o mais infantil dos cinco indicados. Também por isso, vai ganhar os votos daqueles que ainda pensam que “animação é coisa de crianças”. Sem falar que é produzido pela Aardman, produtora que já ganhou o Oscar em ocasiões anteriores (como, por exemplo, por Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais, 2005), e conta com vários admiradores entre os votantes. O chileno Bestia, por outro lado, é de longe o mais premiado nessa temporada, mas pode ser considerado “artístico” e até mesmo “grosseiro” pelos mais sensíveis, com cenas de canibalismo e outras violências.
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Quem vai ganhar? Encanto
Quem pode surpreender? A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
Quem merece? A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
A Disney é responsável por nada menos do que 3 dos 5 indicados – só se acontecer uma tragédia sairá da festa de mãos abanando. O curioso é que tanto Luca quanto Raya e o Último Dragão, seus outros dois representantes, são melhores do que Encanto. Mas, para não fugir do clichê, essa temporada parece “encantada”, pois todos os principais prêmios prévios – Globo de Ouro, Critics Choice, Bafta – foram para essa colorida história colombiana. Todos, aliás, menos um: o Annie, considerado o ‘Oscar da animação’, que deu uma grande demonstração de independência ao reconhecer como melhor do ano… A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, da Netflix. Inventivo e original, é o título mais ousado da temporada, e merece essa vitória.
MELHOR DOC CURTA
Quem vai ganhar? The Queen of Basketball
Quem pode surpreender? Três Canções para Benazir
Quem merece? Audible
Está se falando tanto sobre representatividade dos deficientes auditivos nesse ano, com o crescente favoritismo de No Ritmo do Coração, que é curioso terem deixado de lado Audible, curta da Netflix que aborda justamente esse tema. Sem chances, pode ser superado por outra produção disponível na mesma plataforma: Três Canções para Benazir, de alta potencial dramático. Mas tudo indica que o vencedor mesmo será The Queen of Basketball, produzido pelo The New York Times (pode ser acessado no site da publicação), sobre um ícone do esporte norte-americano que somente agora, anos depois de ter se afastado das quadras, tem recebido o reconhecimento merecido. E como adoram elogiar a si mesmos, esse parece ser o mais forte dos concorrentes.
MELHOR DOC LONGA
Quem vai ganhar? Summer of Soul
Quem pode surpreender? Flee: Nenhum Lugar para Chamar de Lar
Quem merece? Flee: Nenhum Lugar para Chamar de Lar
Apesar do título bizarro recebido no Brasil – o título original é Flugt, e não Flee, pois se trata de uma produção dinamarquesa, e não norte-americana, e sobre o subtítulo é melhor nem mencionar – Flee: Nenhum Lugar para Chamar de Lar recebeu três indicações, todas como Melhor Filme: Internacional, de Animação e de Documentário. Se nas duas primeiras suas chances parecem diminutas, aqui encontra-se o espaço ideal para o reconhecimento que tanto merece. Ainda assim, o musical Summer of Soul, sobre um festival de música negra que aconteceu em Nova York quase que simultâneo ao Woodstock, tem conquistado admiradores cada vez mais apaixonados, e parece ser o favorito da maioria.
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Quem vai ganhar? Duna
Quem pode surpreender? Homem-Aranha: Sem Volta para Casa
Quem merece? Duna
O longa dirigido por Denis Villeneuve recebeu dez indicações ao Oscar, e tem tudo para ser o título mais premiado dessa festa. Duna não apresenta brincadeiras mirabolantes como os longas da Marvel, não investe em tantas cenas de ação quanto 007, e nem se perde em distrações típicas dos videogames, como Free Guy. Por outro lado, é responsável por criar nada menos do que novos mundos, cenários inéditos e concepções ao mesmo tempo deslumbrantes e assustadoras. Se não ganhar, só se for afetado pela imensa popularidade de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, filme que arrecadou quase US$ 2 bilhões nas bilheterias de todo o mundo e praticamente “salvou” o cinema pós-pandemia.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Quem vai ganhar? 007: Sem Tempo para Morrer
Quem pode surpreender? Encanto ou King Richard: Criando Campeãs
Quem merece? Quatro Dias com Ela
Essa é a décima terceira indicação de Diane Warren, compositora de “Somehow You Do”, canção do drama genérico Quatro Dias com Ela (a música é muito melhor do que o filme). E o pior: ela nunca ganhou! Por favor, deem logo a estatueta para essa mulher! Bom, como isso não vai acontecer mais uma vez, tudo indica que Billie Eilish e Finneas O’Connell irá se beneficiar do efeito “James Bond” (os últimos dois filmes do agente secreto inglês ganharam nessa categoria, com Adele e Sam Smith), ainda que “No Time to Die” esteja longe de ser particularmente marcante. Por outro lado, nunca é bom apostar contra Lin-Manuel Miranda (Encanto) ou Beyoncé (King Richard). Ou seja, essa parece ser uma das categorias mais em aberto, e uma surpresa de última hora pode, sim, acontecer.
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Quem vai ganhar? Duna
Quem pode surpreender? Ataque dos Cães
Quem merece? Duna
Ataque dos Cães, apesar de ser o campeão de indicações nesse ano (recebeu 12 ao todo), parece ser o “segundo colocado” na maioria delas. E aqui não é diferente. Jonny Greenwood assinou também as trilhas de Licorice Pizza e Spencer – o rapaz estava em alta nesse ano – e talvez ganhe pelo “conjunto da obra”. Mas o mérito maior por aqui é mesmo o de Hans Zimmer, que ganhou por O Rei Leão (1995) e pode levar sua segunda estatueta por Duna, que é sua décima segunda indicação.
MELHOR MAQUIAGEM & PENTEADOS
Quem vai ganhar? Os Olhos de Tammy Faye
Quem pode surpreender? Um Príncipe em Nova York 2
Quem merece? Cruella
O vencedor do sindicato dos maquiadores e cabeleireiros foi Um Príncipe em Nova York 2, mas como o filme só foi indicado aqui (assim como Casa Gucci), é pouco provável que tenha sido lembrado na hora da votação. Os Olhos de Tammy Faye, por outro lado, pode ser impulsionado por ser também o favorito em Melhor Atriz, e essa dobradinha “intérprete + transformação física” costuma ter força no Oscar. Agora, se houvesse alguma justiça, Cruella já estaria com a estatueta dourada nas mãos.
MELHOR SOM
Quem vai ganhar? Duna
Quem pode surpreender? Amor, Sublime Amor
Quem merece? Amor, Sublime Amor
É certo que o trabalho dos técnicos de som de Duna pode ser considerado o mais criativo (afinal, muito da composição sonora que desenvolveram foi realizada a partir de inspirações e referências, sem uma base concreta a partir da qual trabalhar). Mas seria o mais surpreendente e deslumbrante aos sentidos? Nesse caso, difícil ir contra ao magnetismo provocado pelo musical Amor, Sublime Amor, que tem nesse quesito um dos seus maiores méritos.
MELHOR FIGURINO
Quem vai ganhar? Cruella
Quem pode surpreender? Cruella
Quem merece? Cruella
O trabalho de Jenny Beavan é o mais premiado do ano – ganhou o prêmio do sindicato, o Bafta, o Critics Choice e o Hollywood Critics Association. Além disso, essa é a décima primeira indicação da figurinista, que já possui duas estatuetas douradas em casa, e tem tudo para conquistar a terceira pelo visual hipnotizante e irreverente que ofereceu à protagonista da aventura da Disney. Simplesmente não há concorrência por aqui.
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Quem vai ganhar? Duna
Quem pode surpreender? O Beco do Pesadelo
Quem merece? A Tragédia de Macbeth
Se decidirem reconhecer o filme de Guillermo del Toro (que recebeu quatro indicações, inclusive a Melhor Filme, mas não tem grandes chances em nenhuma dela), essa parece ser a melhor chance. Nenhum dos trabalhos, no entanto, chega perto do visto em A Tragédia de Macbeth, que tem em seu time a veterana Nancy Haigh, dona de dois Oscars e nove indicações. Mas a vitória deve ser mesmo de Duna, o título mais premiado da temporada nesse quesito.
MELHOR MONTAGEM
Quem vai ganhar? Ataque dos Cães
Quem pode surpreender? Tick, tick… BOOM!
Quem merece? Não Olhe Para Cima
Duna é longo demais, mesmo mal de King Richard. Tick, tick… BOOM! é frenético no ritmo certo, bem como sua história demanda, e foi reconhecido pela sindicato da categoria. Ou seja, tem boas chances. Mas a vitória parece ir mesmo para Ataque dos Cães, perfeito em cada corte ou demora, oferecendo espaço para o desenvolvimento dos personagens e o crescendo do drama que os envolve. É o trabalho mais preciso dos cinco. Por outro lado, muito da irreverência de Não Olhe Para Cima vem da sua edição. Seria lindo que houvesse uma surpresa por aqui.
MELHOR FOTOGRAFIA
Quem vai ganhar? Duna
Quem pode surpreender? Ataque dos Cães
Quem merece? Ataque dos Cães
Greig Fraser ganhou o prêmio do sindicato da categoria e o Bafta, e sua vitória por aqui parece ser consolidada. Muito do impacto de Duna, afinal, vem do visual por ele proporcionado. Mas o mesmo pode ser dito sobre Ataque dos Cães, que além de tudo é fotografado por uma mulher: Ari Wegner. Em mais de noventa anos de premiação, nunca uma fotógrafa foi reconhecida nessa categoria. Além de ter talento para justificar sua presença nessa seleção, seria lindo vê-la derrubando mais esse tabu.
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Quem vai ganhar? Ataque dos Cães
Quem pode surpreender? No Ritmo do Coração
Quem merece? Ataque dos Cães
Jane Campion deve ganhar seu segundo Oscar como roteirista – o primeiro foi por O Piano (1993). E será mais do que merecido. Se Ataque dos Cães provocou tamanha ressonância, tendo sido apontado como o grande favorito deste ano e campeão de indicações, muito é pela história que defende, sensível e forte em iguais proporções. Porém, o prêmio do sindicato foi para No Ritmo do Coração – importante lembrar que Ataque dos Cães nem concorria, pois Campion não é sindicalizada (ela é neozelandesa, e não norte-americana) – o que o coloca numa posição curiosa. Não é favorito, mas ninguém ficará surpreso caso uma reviravolta de última hora aconteça.
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Quem vai ganhar? Licorice Pizza
Quem pode surpreender? Belfast
Quem merece? A Pior Pessoa do Mundo
Seria lindo que Não Olhe Para Cima, o mais provocador dos cinco indicados, surpreendesse. Da mesma forma, qualquer atenção recebida pelo norueguês A Pior Pessoa do Mundo seria mais do que justificada. Essa categoria, no entanto, tem cada de “consolação”. Sendo assim, o prêmio deve ir para Licorice Pizza ou Belfast, pois tanto Paul Thomas Anderson (11 indicações) quanto Kenneth Branagh (8 indicações) possuem longo histórico junto à Academia, sem nunca terem ganho até hoje. Parece ser a ocasião perfeita para reconhecê-los. Ou, ao menos, um deles.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Quem vai ganhar? Ariana DeBose
Quem pode surpreender? Kirsten Dunst
Quem merece? Ariana DeBose
Este show é da novata Ariana DeBose, e ninguém deve impedi-la. O que a atriz faz em Amor, Sublime Amor é nunca menos do que impressionante, e sua vitória está mais do que assegurada: já ganhou o Critics Choice, Globo de Ouro, SAG e Bafta. Sem esquecer que o mesmo papel deu o Oscar para Rita Moreno na versão original do filme, em 1962. Por outro lado, o retrato dolorido e sofrido de Kirsten Dunst, uma atriz que merecia ter tido indicações anteriores e tem nesse ano sua primeira lembrança pela Academia, não pode ser descartada, ainda que com chances menores.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Quem vai ganhar? Troy Kotsur
Quem pode surpreender? Kodi Smit-McPhee
Quem merece? Kodi Smit-McPhee
Vamos ser sinceros: há apenas um único candidato de verdade nessa categoria, e esse é Kodi Smit-McPhee, que entrega em Ataque dos Cães a composição mais difícil e elaborada, repleta de nuances e segundas intenções, sem nunca resvalar no clichê que lhe era tão próximo. Tanto J.K. Simmons quanto Ciarán Hinds fazem o de sempre, enquanto que Jesse Plemons demonstra segurança, mas não mais do que isso. Sobra Troy Kotsur, o alívio cômico de No Ritmo do Coração, que tem tudo para ser beneficiado pela crescente paixão que o filme tem despertado entre os votantes. Que seja essa a única vitória do filme.
MELHOR ATRIZ
Quem vai ganhar? Jessica Chastain
Quem pode surpreender? Nicole Kidman
Quem merece? Olivia Colman ou Penélope Cruz
Tanto Colman quanto Cruz ou Kidman já ganharam o Oscar em ocasiões anteriores. Stewart está em sua primeira indicação, e até pouco tempo era vista apenas como “a garota do Crepúsculo”. Ou seja, ter sido lembrada parece ser prêmio suficiente. Sobra, portanto, Jessica Chastain, que por Os Olhos de Tammy Faye chega na terceira indicação, repetindo a fórmula básica – transformação física, recriando uma figura real – e com tudo para ser beneficiada por um sentimento de compensação, ainda que tardio. No entanto, há anos a seleção de concorrentes não era tão forte. A predileção vai para Olivia Colman ou Penélope Cruz por serem as duas de cara limpa, dispensando muletas e investindo em personagens completamente ficcionais – e ambas com resultados avassaladores.
MELHOR ATOR
Quem vai ganhar? Will Smith
Quem pode surpreender? Will Smith
Quem merece? Denzel Washington
Ninguém entendeu bem como Javier Bardem conseguiu essa indicação, e Andrew Garfield é a melhor coisa em um filme bastante problemático. Benedict Cumberbatch está impressionante, e se o amor por Ataque dos Cães fosse maior, é provável que fosse reconhecido. Mas esse é o ano de Will Smith, que chega a sua terceira indicação pronto para uma primeira vitória. Com ele irá acontecer o mesmo que, em anos anteriores, se deu com Julia Roberts, Sandra Bullock ou Brad Pitt: são astros grandes demais, e essa conquista tem mais a ver com popularidade do que pela qualidade do trabalho em si. Afinal, nenhum dos quatro indicados chega perto do que o veterano Denzel Washington alcança no shakespeariano A Tragédia de Macbeth: ele não apenas atua, mas mergulha numa figura trágica e perturbada, em uma verdadeira aula do seu ofício. Um desempenho a ser lembrado como um dos melhores de uma carreira repleta de trabalhos dignos de nota.
MELHOR DIREÇÃO
Quem vai ganhar? Jane Campion
Quem pode surpreender? Jane Campion
Quem merece? Steven Spielberg
Jane Campion é a primeira mulher a receber duas indicações em Direção. Caso ganhe, o que parece bem provável, será a primeira vez que teremos duas mulheres ganhando em anos consecutivos (ano passado a vencedora foi Chloé Zhao, por Nomadland, 2020). Além disso, foi premiada pelo sindicato da categoria, Globo de Ouro, Bafta e Critics Choice. Mesmo com alguns tropeços durante a temporada, seu favoritismo não deve ter sido abalado, e sua consagração é dada como certo. Agora, se entrasse em discussão apenas o mérito do trabalho apresentado, como fazer frente ao que o mestre Steven Spielberg alcança em Amor, Sublime Amor?
MELHOR FILME
Quem vai ganhar? Ataque dos Cães
Quem pode surpreender? No Ritmo do Coração
Quem merece? Amor, Sublime Amor
Seria lindo ver Amor, Sublime Amor repetir o mesmo impacto que a versão original (inferior a essa releitura) causou na festa da Academia em 1962, quando foi consagrada com 10 estatuetas! Como isso não irá acontecer, resta torcer pelo segundo melhor, Ataque dos Cães (ainda que Drive My Car também seja uma opção interessante). Essa consagração parece ameaçada, porém, por No Ritmo do Coração, que ganhou os prêmios de três sindicatos importantes: dos produtores, dos atores e dos roteiristas. Como o sistema de votação do Oscar é simplesmente bizarro – se privilegia o título que ‘mais agrada a todos’, sem trilhar uma linha de “ame ou odeie” – pode acontecer do mais medíocre ser reconhecido (como ocorreu em anos anteriores, com Green Book: O Guia, 2018, por exemplo). Afinal, trata-se de um título simpático, capaz de emocionar sem maiores ressalvas. Mas como defender um longa que nem conseguiu ser indicado em Direção? Não há dúvidas que o drama dirigido por Jane Campion é mais complexo, ambicioso e denso do que seu principal concorrente. Resta descobrir se os votantes da Academia irão reconhecer tais virtudes.
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