Se houvesse alguma justiça por aqui, tanto pelo trabalho apresentado no filme em si, como pelo histórico do profissional envolvido, o franco favorito da categoria seria Bruno Delbonnel, que chegou neste ano à sua sexta indicação ao Oscar, sem, no entanto, ter ganhado nenhuma vez até hoje. Porém, apesar do visual impressionante que ele imprime ao longa de Joel Coen, essa é uma das indicações de respeito: o longa não emplacou junto aos membros da Academia conforme era esperado (foram apenas três indicações), mas tamanha excelência não poderia ser ignorada. Assim, despontam na corrida os dois trabalhos que respondem pelos títulos campeões de indicações dessa temporada. Aliás, todos os outros quatro concorrentes estão também na disputa principal, a de Melhor Filme, o que já os oferece, naturalmente, uma vantagem (afinal, serão os longas mais vistos). Mas qual, destes, foi o escolhido da American Society of Cinematographers, o principal precursor nesse quesito? Confira as nossas apostas!
INDICADOS
- Duna, de Greig Fraser
- O Beco do Pesadelo, de Dan Lautsen
- Ataque dos Cães, de Ari Wegner
- A Tragédia de Macbeth, de Bruno Delbonnel
- Amor, Sublime Amor, de Janusz Kominski
FAVORITO
Duna, de Greig Fraser
Dos cinco indicados ao Oscar, quatro estavam também na disputa pelo ASC. E o vencedor foi Greig Fraser, que já havia ganhado antes por Lion: Uma Jornada para Casa (2016). Essa é também sua segunda indicação ao prêmio da Academia – porém, a vitória anterior no sindicato não lhe foi suficiente para garantir a cobiçada estatueta dourada (acabou perdendo para Linus Sandgren, por La La Land: Cantando Estações, 2016). Será que desta vez será diferente? Imagina-se que sim, pois nessa temporada já ganhou também o Bafta e os prêmios dos críticos da Florida, Dallas-Fort Worth, Georgia, Havaí, Houston, Minnesota, North Texas, Oklahoma, Phoenix, Portland, San Diego, Southeastern e Washington, além da Hollywood Critics Association. É, portanto, o mais premiado do ano. E imaginar que tudo isso foi pela tarefa de ter imaginado mundos e realidades completamente fantasiosas e, ainda assim, absolutamente críveis, reforça a qualidade do seu talento.
AZARÃO
Ataque dos Cães, de Ari Wegner
Será que teremos, finalmente, uma mulher premiada na categoria, pela primeira vez na história da premiação? Esse é o principal argumento daqueles que apostam na consagração de Ari Wegner, que pode estar em sua primeira indicação ao Oscar, mas possui no currículo passagens por obras como Lady Macbeth (2016) e A Verdadeira História de Ned Kelly (2019). Por Ataque dos Cães, chegou ao ápice de sua carreira até o momento, tendo sido reconhecida no Critics Choice e pelos críticos de Atlanta, Boston, Chicago, Florida, Los Angeles, Nevada, Carolina do Norte, Dakota do Norte, e St. Louis. Como se percebe, ela também vem pra luta com fome de vitória – e o que demonstra em tela mais do que lhe qualifica para tanto. Caso vença, um importante tabu será derrubado. E está mais do que na hora, certo?
NEGAÇÃO
Amor, Sublime Amor, de Janusz Kominski
Dos cinco profissionais indicados neste ano, apenas Janusz Kaminski havia ganhado em ocasiões anteriores – e não uma, mas duas vezes, por O Resgate do Soldado Ryan (1999) e por A Lista de Schindler (1994). Esta é nada menos do que a sua sétima indicação, e nesta temporada somou ainda lembranças ao Critics Choice e na British Society of Cinematographers, além das singelas vitórias junto aos críticos de Nova York e Las Vegas. Porém, ficou de fora da mais importante das disputa: a lista de selecionados pela American Society of Cinematographers! Esse desfalque abalou seriamente as suas chances, a ponto de ser considerado não mais do que um coadjuvante em uma corrida repleta de pesos pesados. O que não deixa de ser uma lástima, pois mérito para uma eventual conquista é mais do que evidente em cena, e a indicação se mostra absolutamente justificada.
ESQUECIDO
Belfast, de Haris Zambarloukos
Nascido na pequena ilha do Chipre, em pleno Mar Mediterrâneo, Haris Zambarloukos construiu carreira na Inglaterra e tem sido colaborador frequente do diretor Kenneth Branagh desde Um Jogo de Vida ou Morte (2007), o primeiro trabalho dos dois juntos. Desde então, já retomaram a parceria em mais sete ocasiões, sendo a mais frequente justamente Belfast, que somou sete indicações ao Oscar, mas inexplicavelmente acabou ficando de fora dessa aqui, justamente a que muitos apontavam como uma das suas prováveis vitórias – em grande parte embalado pelo belíssimo preto-e-branco do visual assumido. Tanto é que o filme foi indicado ao Critics Choice e ao ASC, além do prestigiado festival Camerimage (um dos mais importantes em todo o mundo nessa área). Vitórias, no entanto, foram poucas, e talvez seja essa a razão de não ter sido lembrado justamente por um dos aspectos mais chamativos da produção.
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