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Sabe aquilo de “o mundo todo está interessado na festa do Oscar”? Pois, parece que nem todo mundo está interessado na festa do Oscar. Pelo segundo ano consecutivo, as emissoras de televisão chinesas simplesmente vão ignorar o evento, não o transmitindo em território nacional. É mais um indício do que alguns especialistas têm chamado de “deterioração da presença de Hollywood no mercado da China”. Oficialmente, não há um pronunciamento sobre os motivos do boicote. No entanto, em 2021, quando essa esnobada aconteceu pela primeira vez, as televisões de Hong Kong (que também ignoraram o Oscar naquela ocasião) se restringiram a dizer que a decisão tinha acontecido por fatores meramente comerciais – lembrando que na China e em Hong Kong, por causa do fuso horário, o Oscar acontece na segunda-feira pela manhã.

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Especialistas da indústria cinematográfica chinesa falaram sobre o gesto ao site norte-americano The Hollywood Reporter. Extraoficialmente, as fontes disseram que há um desconforto oficial pela indicação do documentário Ascension (2021), de Jessica Kingdon, cujo foco é justamente a maquinação financeira e política que levou a China a se tornar uma superpotência econômica. Esses interlocutores especulam que pesa a preocupação dos governantes chineses quanto a possíveis manifestações contrárias à Rússia (aliada do país asiático) por conta da guerra na Ucrânia. Vale lembrar que em 2021, um dos motivos que definiu a restrição chinesa foi, curiosamente, o favoritismo de uma cineasta chinesa (Chloé Zhao) que já tinha feito duras críticas ao regime de governo da China.

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Ascension
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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