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Oscar 2023 :: Apostas para Melhor Figurino

Publicado por
Marcelo Müller

O principal termômetro desta categoria do Oscar é o Costume Designers Guild Awards. A premiação da área de figurinos é dividida em três, somente no que se refere aos lançamentos de cinema: Figurinos Contemporâneos, Figurinos de Época e Figurinos de Fantasia/Ficção Científica. Levando em consideração a predileção histórica por figurinos de época, podemos dizer que o vitorioso nessa categoria do CDG Awards leva uma pequena vantagem sobre os demais concorrentes, especialmente porque o vencedor do CGD Awards em Figurinos Contemporâneos sequer está indicado ao Oscar. Para se ter uma ideia desse parâmetro, desde 1999, quando houve o primeiro Costume Designers Guild Awards, o Oscar não foi apenas duas vezes para os chamados figurinos de época, ou seja, temos uma forte tendência aí. Mas, será que podemos cravar um favoritaço ou seria melhor ter certa cautela? Confira na nossa análise da categoria Melhor Figurino do Oscar 2023.

INDICADOS


FAVORITO

Elvis
Contando com as três deste ano, Catherine Martin já tem nove indicações ao Oscar. Por Elvis ela também concorre à estatueta de Design de Produção e Melhor Filme, pois é uma das produtoras do longa-metragem que volta as suas atenções para a conturbada relação entre Elvis Presley e seu controverso empresário. Catherine já tem quatro estatuetas em casa, duas por Moulin Rouge: Amor em Vermelho (2001) e duas por O Grande Gatsby (2013), grandes produções também dirigidas por Baz Luhrmann. Não bastasse todo esse currículo multipremiado, ela venceu recentemente o prêmio de Excelência em Figurino de Época no Costume Designers Guild Awards, ou seja, levou para casa a distinção que geralmente aponta o vencedor do Oscar. De quebra, foi indicada ao Bafta 2023 e lembrada por muitas associações de críticos dos Estados Unidos. É bom Catherine já começar a preparar o discurso de vencedora.

AZARÃO
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Vencedora do prêmio de Excelência em Figurino de Ficção Científica/Fantasia no Costume Designers Guild Awards, Shirley Kurata corre por fora por seu belíssimo trabalho em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Neste ano ela desfruta de sua primeira indicação ao Oscar, portanto tem bem menos estrada nesse sentido do que a sua concorrente mais forte no páreo. Shirley foi indicada ao Critics Choice Awards (mas acabou não levando, já que a vitoriosa foi Ruth E. Carter, por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre) e também lembrada por diversas associações de críticos pelos Estados Unidos. O que poderia levá-la à vitória é justamente o favoritismo de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo nas categorias consideradas principais e uma disposição por premiar uma “novata”. Vamos esperar a abertura do envelope com o nome do vencedor, mas não se surpreenda se nele estiver escrito Shirley Kurata.

SURPRESA
Sra. Harris Vai a Paris
Em termos de Oscar, Jenny Beavan é uma das mais veteranas entre as indicadas deste ano, pois está em sua 12ª indicação – ganhou em três oportunidades, por Uma Janela para o Amor (1985), Mad Max: Estrada da Fúria (2015) e Cruella (2021). Portanto, é a atual campeã, aquela que venceu a estatueta de Figurino na última festa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Mas, por que desta vez ela figura como a surpresa? Porque Sra. Harris Vai a Paris acabou não emplacando em nenhuma outra categoria do Oscar, o que certamente tira um pouco de sua força. Soma-se a isso o fato de Jenny Beavan não ter sido condecorada no Costume Designers Guild Awards. Se chegar à vitória, será uma daquelas zebras monumentais.

ESQUECIDO
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
Vencedora do prêmio de Excelência em Figurino de Filmes Contemporâneos no Costume Designers Guild Awards, Jenny Eagan merecia estar entre os cinco concorrentes e, assim, desfrutar de sua primeira indicação ao Oscar. Indicada ao Critics Choice Awards e aos prêmios de várias associações de críticos dos Estados Unidos, Jenny faz um trabalho belíssimo em Glass Onion: Um Mistério Knives Out ao transformar o figurino num elemento ativo da construção cinematográfica. É possível perceber certas nuances do comportamento dos personagens desse jogo de gato e rato, basicamente, pela roupa que eles utilizam em cada ocasião. Portanto, o figurino aqui não é um elemento burocrático, mas sim um atributo de muito valor na construção narrativa. Uma pena que não esteja entre os indicados ao Oscar.
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.