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Oscar 2023 :: Apostas para Melhor Longa de Animação

Publicado por
Robledo Milani

O grande precursor na temporada de premiações para as categorias de Animação (Longa e Curta) é o Annie Awards, considerado o “Oscar” do gênero. E os cinco finalistas escolhidos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood estão também na disputa do Annie – quatro na categoria principal e um em “Melhor Filme Animado Independente” (o ainda inédito por aqui Marcel the Shell with Shoes On), a mesma conquistada há alguns anos pelo brasileiro O Menino e o Mundo (2013). Porém, se um olhar mais apressado poderia apontar um certo equilíbrio na disputa, ledo engano. Há apenas um forte candidato ao ouro, enquanto os demais são mera figuração. Confira a seguir as nossas apostas para Melhor Longa de Animação:

INDICADOS

 

FAVORITO
Pinóquio de Guillermo Del Toro
Essa é uma daquelas categorias “garantidas”, pra fazer a festa de qualquer um no bolão deste ano. Afinal, a impressão que se tem para qualquer um que analisar com cuidado a temporada de premiações irá perceber que há apenas um candidato, e os quatro demais são apenas “coadjuvantes”: felizes com o convite, mas com chances próximas do zero de vitória. Pra começar, esta não é apenas mais uma versão do conto clássico de Carlo Collodi, mas uma que ganha assinatura até no título: Pinóquio de Guillermo Del Toro! Cineasta vencedor de dois Oscars por A Forma da Água (2017) e indicado ainda por O Labirinto do Fauno (2006) e por O Beco do Pesadelo (2021), o mexicano tem tudo para conquistar uma terceira estatueta, a primeira como animador. Até o momento já ganhou o Globo de Ouro e o Critics Choice, é o campeão de indicações ao Annie (9 nominações em 8 categorias), está na disputa pelo Bafta e pelo PGA e foi lembrado por praticamente todas as agremiações norte-americanas de críticos de cinema.

AZARÃO
Red: Crescer é uma Fera
Talvez uma aposta mais segura como aquele que pode “roubar a festa” no último instante fosse Gato de Botas 2: O Último Pedido – afinal, ninguém esperava que o filme fosse sequer bom, quem dirá acabasse no Oscar – mas como ignorar o selo “Disney” ostentado por Red: Crescer é uma Fera? Único representante dentre os cinco indicados do estúdio recordista de vitórias nessa categoria, esteve presente em todas as disputas até o momento – Bafta, Globo de Ouro, Critics Choice, PGA – recebeu um total de sete indicações ao Annie e ainda leva a assinatura de Domee Shi, ela própria vencedora do Oscar pelo curta de animação Bao (2018). Não que seja um concorrente capaz de ameaçar o favoritismo de Del Toro, mas o histórico da premiação nos ensina a nunca colocar todas as fichas conta a casa do Mickey Mouse, não é mesmo?

SURPRESA
A Fera do Mar
Pelo jeito, apenas os votantes do Annie lembravam que esse filme existia. Lançado no início do ano passado, foi elogiado por alguns, mas não permaneceu na memória da maioria por muito tempo. Tanto que foi ignorado por absolutamente todo mundo: não recebeu uma única indicação em qualquer associação de críticos, e menos ainda nas grandes premiações da indústria (Globo de Ouro, Critics Choice, PGA, Bafta). Porém, aos 45 do segundo tempo, eis que surge na lista final do Oscar, deixando todos de boca aberta. Indicado ao todo em seis categorias do Annie, tem direção de Chris Williams, oscarizado por Operação Big Hero (2014) e que esteve envolvido em projetos como Frozen: Uma Aventura Congelante (2013) e Moana: Um Mar de Aventuras (2016), agora em seu primeiro projeto longe da Disney. É o típico caso no qual a indicação já é a vitória, e olhe lá!

ESQUECIDO
Wendell & Wild
Dos cinco indicados a Melhor Filme no Annie Awards, o único que ficou de fora do Oscar foi… Wendell & Wild. Portanto, parece ser motivo mais do que suficiente para afirmar que esse foi o grande esquecido da temporada. Mas tem mais: indicado ao Critics Choice, foi premiado pela Associação dos Críticos de Cinema Afro-Americanos e esteve na lista de melhores do ano de diversas agremiações de críticos, como os de Indiana, Las Vegas, Phoenix, San Diego, St. Louis e Washington. Pra terminar, está disponível na Netflix (o que por si só garante uma ampla audiência) e é assinado por Henry Selick (indicado ao Oscar por Coraline e o Mundo Secreto, 2009, e responsável pelo sucesso cult O Estranho Mundo de Jack, 1993). Pra finalizar, entre os roteiristas está ninguém menos do que Jordan Peele, cineasta também oscarizado (ganhou pelo roteiro de Corra!, 2017) e diretor do sucesso Não! Não Olhe! (2022), que muitos afirmam que também deveria ter recebido algumas indicações por aqui. Ou seja, pelo jeito, a esnobada foi dupla – e bastante injusta!
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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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