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Oscar 2024 :: Apostas para Melhor Ator

Publicado por
Marcelo Müller

Neste ano, a disputa pelo Oscar de Melhor Ator está praticamente definida. Um dos concorrentes goza de ampla vantagem, especialmente por conta dos inúmeros prêmios que vem recebendo antes da festa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles. Se olharmos friamente os cinco concorrentes, além desse favoritíssimo, temos um veterano nas mãos de quem certamente o Oscar ficaria muito bem, um galã que vem tentando (de modo geralmente bem-sucedido) conciliar a atuação com a direção e ainda dois outros tarimbados concorrentes, mas por filmes de menor expressão que tocam no sempre importante assunto do racismo (entre muitas outras coisas). Podemos afirmar que, em termos de disputa, trata-se de um ano muito forte (ainda com gente boníssima ficando de fora), mas não adianta, quatro dos indicados podem nem preparar seus respectivos discursos, pois apenas uma zebra gigantesca tira o Oscar de certo irlandês que virou meme pelas caras de tédio em público. De toda forma, confira abaixo as nossas apostas para a categoria Melhor Ator no Oscar 2024.

Indicados

 

FAVORITO
Cillian Murphy, por Oppenheimer
Tudo aponta a uma vitória de Cillian Murphy em sua primeira indicação ao Oscar. O elogiado trabalho de composição do físico Robert Oppenheimer, considerado o pai da bomba atômica, vem arrebatando não apenas plateias no mundo todo, mas angariando troféus. Ele venceu o BAFTA, o Globo de Ouro (na categoria drama), foi indicado ao Critics Choice Awards, ao Satellite Awards. isso sem contar as inúmeras indicações/vitórias em associações de críticos espalhadas pelos Estados Unidos. No entanto, o êxito que o credencia definitivamente como o favoritíssimo nesta disputada categoria do Oscar 2024 é a vitória no SAG Awards, exatamente a festa do sindicato dos atores da América do Norte, cujo colegiado é basicamente todo feito de votantes do Oscar. O reconhecimento de seus pares é um indício mais do que seguro de que Cillian Murphy pode preparar um discurso bem bonito, pois o seu Oscar está a caminho.

AZARÃO
Paul Giamatti, por Os Rejeitados
Está aí um dos grandes trabalhos de interpretação da temporada 2023. Veterano em sua segunda indicação ao Oscar – a primeira foi como ator coadjuvante por A Luta Pela Esperança (2005) -, Paul Giamatti seria um vitorioso merecido. Liderando o elenco afiado do novo filme de Alexander Payne, ele transforma um papel aparentemente esquemático (professor solitário que tanto ensina quanto aprende ao ser obrigado a conviver com pessoas numa espécie de isolamento de Natal) num retrato sensível de alguém que esconde um universo por debaixo da casca criada para se relacionar com um mundo hostil. Indicado ao BAFTA, ao SAG Awards e ao Satellite Awards. além de ser lembrado por diversas associações de críticos, ele venceu o Globo de Ouro (na categoria comédia ou musical), o Critics Choice Awards e o National Board of Review. Se alguém pode colocar água no chope de Cillian Murphy é ele.

SURPRESA
Colman Domingo, por Rustin
Colman Domingo vem se destacando nas últimas temporadas e conseguiu agora a sua primeira indicação ao Oscar. Neste filme lançado diretamente na Netflix, ele interpreta Bayard Rustin, sujeito que nadou contra as correntezas do racismo e da homofobia para mudar o curso da história dos Direitos Civis nos Estados Unidos ao orquestrar a Marcha sobre Washington em 1963. Indicado ao Globo de Ouro, BAFTA, ao SAG Awards, ao Critics Choice Awards, ao Satellite Awards, ao Black Reel Awards, ele coleciona diversas lembranças, mas poucas vitórias. No entanto, a surpresa de sua escolha está menos atrelada ao seu desempenho (ótimo) e mais ao tamanho de Rustin, produção lançada em streaming que nem de longe era a grande aposta da Netflix ao Oscar, ou seja, não contou com um investimento polpudo para sua campanha.

ESNOBADO
Leonardo DiCaprio, por Assassinos da Lua das Flores
Vencida a desconfiança de alguns sobre ser apenas um rostinho bonito na telona, Leonardo DiCaprio há alguns anos (décadas?) vem provando seu enorme valor como ator, associando-se a cineastas que o levam a patamares cada vez mais altos. Uma de suas importantes parcerias é com Martin Scorsese, com quem fez diversos filmes, entre eles Assassinos da Lua das Flores. No papel de um sujeito ambicioso que vira uma espécie de capanga do coronel da região enquanto vivencia uma relação ora afetuosa, ora agressiva com uma indígena Osage, o astro brilhou mais uma vez, mas não foi o suficiente para estar entre os cinco concorrentes ao Oscar. Anteriormente indicado sete vezes (ganhou somente a de Melhor Ator por O Regresso, 2015), ele foi desta vez lembrado no Critics Choice Awards, no Globo de Ouro, no Satellite Awards e no SAG Awards. Pena que a Academia não achou a sua performance suficiente.
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.