A briga aqui parece ser… Barbie versus Barbie! As favoritas ao prêmio de Melhor Canção Original são as duas composições originais concorrentes pelo filme dirigido por Greta Gerwig, por mais incrível que isso possa parecer! E tem quem reclame que outras canções da mesma trilha sonora também poderiam ter sido lembradas (cadê “Dance The Night”, da Dua Lipa?). Entre indicações que parecem ter sido providenciadas no embalo de títulos de grande aceitação entre os votantes (Scott George, compositor da canção de Assassinos da Lua das Flores, não só está em sua primeira indicação ao Oscar, como essa é também sua estreia no cinema) e o retorno de velhos conhecidos (esta é nada menos do que a décima quinta indicação de Diane Warren, que segue sem vitória numa disputa competitiva – o embaraço já era tamanho, após tantas derrotas, que no ano passado ela foi condecorada com uma estatueta honorária), além da ausência de melodias esperadas (ao menos foram sábios em deixar de fora a irritante “Peaches”, da animação Super Mario Bros.: O Filme, que chegou a concorrer ao Globo de Ouro e ao Critics Choice Awards), reduziram as chances dos demais, com tudo apontando para o maior sucesso de público do ano. Confira a seguir as nossas apostas:
Indicadas
- “The Fire Inside“, de Diane Warren (Flamin’Hot: O Sabor que Mudou a História)
- “I’m Just Ken“, de Mark Ronson, Andrew Wyatt (Barbie)
- “It Never Went Away“, de Jon Batiste, Dan Wilson (Jon Batiste: American Symphony)
- “Wahzhazhe (A Song for My People)“, de Scott George (Assassinos da Lua das Flores)
- “What Was I Made For?“, de Billie Eilish, Finneas O’Connell (Barbie)
FAVORITA
“What Was I Made For?”, de Billie Eilish, Finneas O’Connell, do filme Barbie
Os irmãos Billie Eilish e Finneas O’Connell são os seus próprios inimigos. Afinal, essa é a segunda indicação ao Oscar da dupla, e ganharam na vez anterior, há apenas dois anos, por “No Time to Die”, da trilha de 007: Sem Tempo Para Morrer (2021). Ou seja, muitos podem pensar: não será cedo demais para premiá-los de novo? Essa parece ser a única razão para que não saiam da festa do próximo dia 10 de março mais uma vez carregando consigo o ouro hollywoodiano. Por “What Was I Made For?”, canção que parece resumir com precisão todas as inseguranças e dúvidas da protagonista de Barbie, ganharam o Globo de Ouro e o Grammy, além dos prêmios dos críticos de Iowa, Georgia, Havaí, Dakota do Norte, do Music City Film Critics’ Association e do Hollywood Music in Media. Ou seja, é a composição mais premiada até o momento nesta temporada, e se conseguirem vencer essa sensação de “too much too soon” entre os votantes, as apostas recaem sobre eles.
AZARÃO
“I’m Just Ken”, de Mark Ronson, Andrew Wyatt, do filme Barbie
Viralizou nas redes sociais como um dos memes de maior repercussão deste início de ano a cara de espanto de Ryan Gosling, durante a festa de premiação do Critics Choice Awards, ao ouvir que “I’m Just Ken” havia sido escolhida como a Melhor Canção Original do ano pelos mais de 500 votantes da associação – na sua maioria, jornalistas e críticos de cinema, ou seja, diferentemente dos eleitores do Oscar, que em grande parte são membros da indústria de cinema, como realizadores, técnicos e atores. Essa, no entanto, por mais que tenha sido uma vitória de impacto, foi também a única grande conquista da canção durante a temporada de premiações. Mas enganado estará aquele que acreditar que são poucas suas chances de repetir o feito por aqui. Afinal, Mark Ronson é um dos compositores de maior sucesso atualmente na música pop, tendo ganho sua estatueta ao lado de Andrew Wyatt – e da Lady Gaga – por “Shallow”, de Nasce uma Estrela (2018). Sem esquecer que ele também é um dos responsáveis por “Dance the Night”, e uma vitória aqui poderia ser também uma forma de recompensar esse “esquecimento”.
SURPRESA
“It Never Went Away”, de Jon Baptiste, Dan Wilson, do filme Jon Batiste: American Symphony
Lançado diretamente em streaming pela Netflix, esse documentário não foi tão comentado – e, por isso mesmo, sua presença por aqui causou espanto entre os cinéfilos menos atentos. No entanto, Jon Batiste é um nome de ascensão em Hollywood, e mesmo que tenha sido finalista na categoria de Melhor Documentário em Longa-Metragem – indicação que não se concretizou – sua performance em Canção Original pode ser a maneira que os membros da Academia encontraram para premiá-lo. “It Never Went Away” foi indicada ao Satellite, ao Black Reel Awards, pela Society of Composers and Lyricists e ao Guild of Music Supervisors Awards, sendo que o filme entrou em diversas listas de melhores do ano no seu gênero. Ou seja, pode não ser o favorito, mas também não pode ser visto como uma “carta fora do baralho”.
ESQUECIDA
“A World of your Own”, de Neil Hannon, Simon Farnaby, Paul King, do filme Wonka
Sucesso de público e de crítica, a releitura do clássico A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Roald Dahl, agora com foco na origem do seu personagem principal, o enigmático Willy Wonka, talvez tenha sido um dos maiores esnobados deste ano na premiação da Academia. Lembrada pelos críticos de Chicago, no CinEuphoria Awards e no Hollywood Music in Media Awards, a canção defendida em cena com carisma e desenvoltura por Timothée Chalamet merecia também uma vaga nessa seleção – ainda mais por se tratar de um musical original, gênero que tem experimentado uma renovação nos últimos anos e aqui garantiria um sele de aprovação para seguir investigando novas possibilidades nessa área.
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