A principal premiação da classe dos diretores de fotografia em Hollywood é a oferecida anualmente pela American Society of Cinematographers (ASC). Portanto, é recomendável olhar com carinho para os resultados dessa disputa a fim de prever com um pouco mais de garantia os resultados do Oscar nesta categoria. Neste ano, os cinco indicados à estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles são rigorosamente os mesmos que concorreram neste domingo, 03, à distinção máxima da ASC. Essa sincronicidade dá ainda mais indícios de que o fotógrafo festejado por seus pares deve ser realmente aquele que vai sair do palco no dia 10 com um Oscar na mão. Confira logo abaixo as nossas previsões para a categoria Melhor Fotografia do Oscar 2024.
Indicados
Oppenheimer, de Hoyte van Hoytema
Para começo de conversa, Hoyte van Hoytema venceu o prêmio máximo da American Society of Cinematographers, o que significa um passo gigante rumo ao Oscar. Indicado anteriormente ao prêmio da Academia por Dunkirk (2017), o diretor de fotografia suíço está com a faca e o queijo na mão para levar o seu careca dourado para casa desta vez. Vencedor do BAFTA, do Critics Choice Awards e indicado ao Satellite Awards, além de ter sido lembrado (entre vitórias e derrotas) em diversas associações de críticos de cinema dos Estados Unidos, ele pode caprichar no discurso, repassar o texto para ver se não se esqueceu de alguém importante, pois provavelmente seu nome será anunciado quando o envelope for aberto.
Assassinos da Lua das Flores, de Rodrigo Prieto
Que trabalho fotográfico magnífico Rodrigo Prieto faz em Assassinos da Lua das Flores. Merecidamente reconhecido com uma indicação ao prêmio máximo da American Society of Cinematographers, ele acabou derrotado por Hoyte van Hoytema de Oppenheimer, resultado que provavelmente se repetirá no Oscar. O diretor de fotografia mexicano está em sua quarta indicação à estatueta da Academia, sendo as anteriores por O Segredo de Brokeback Mountain (2005), Silêncio (2016) e O Irlandês (2019). Portanto, a nominação deste ano é a sua terceira por um trabalho colaborando com Martin Scorsese. Indicado ao BAFTA, duplamente ao Critics Choice Awards (ele também assina a fotografia de Barbie) e indicado ao Satellite Awards, ele venceu o National Board of Review (também duplamente), se colocando como o único que pode destronar o favorito da vez.
O Conde, de Edward Lachman
Para começo de conversa, “surpresa” não significa “imerecido”, aliás, neste caso, longe disso. A fotografia de O Conde, assinada por Edward Lachman, é realmente deslumbrante, daquelas que seriam certamente favoritas se o filme tivesse ganhado um pouco mais de atenção em outras categorias na temporada de premiações. O norte-americano Lachman está em sua terceira indicação ao Oscar, sendo as anteriores por Longe do Paraíso (2002) e Carol (2015). Neste ano, foi indicado ao prêmio máximo da American Society of Cinematographers e não figurou em muitas outras disputas, o que praticamente retira as suas chances de vitória desta vez.
Zona de Interesse, de Lukasz Zal
Indicado antes duas vezes ao Oscar, por Ida (2014) e Guerra Fria (2018), o polonês Lukasz Zal merecia (e muito) estar entre os cinco concorrentes – e seria a primeira vez dele como postulante ao Oscar por uma fotografia colorida, pois as duas anteriores eram belíssimos trabalhos em preto e branco. Muito do aspecto asfixiante de Zona de Interesse se deve ao comportamento da câmera, à precisão da composição dos quadros, ao jogo cênico estabelecido entre campo e extracampo, ou seja, entre o que está e o que não está na telona. Ele foi indicado ao BAFTA e a várias premiações de associações de críticos, mas não o suficiente para beliscar uma nominação ao Oscar.
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