Embora o cinema brasileiro seja rico em qualidade e condecorações, a cobiçada estatueta do Oscar ainda não veio para terras tupiniquins. A vez que mais chegamos perto foi com Orfeu Negro (1959), longa rodado no Brasil e falado em português que venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro em 1960. No entanto, por se tratar de uma coprodução, a estatueta acabou ficando com quem mais investiu na obra: a França. Nas décadas seguintes, inúmeras indicações se acumularam, mas a consagração ainda está por vir.
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Agora, em 2025, talvez estejamos vivendo a maior de nossas chances, com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, concorrendo em três importantes categorias: Melhor Filme, Filme Internacional e Atriz para Fernanda Torres. Mas, afinal, você lembra quantas vezes o Brasil já foi indicado ao prêmio? E, aliás, por que Ainda Estou Aqui representa nossa maior chance de vitória? A seguir, relembre as vezes que figuramos na festa de Hollywood e, em seguida, saiba mais sobre nossas chances no Oscar 2025.
INDICAÇÕES DO BRASIL AO OSCAR
MELHOR FILME
- Ainda Estou Aqui (2025)
- O Beijo da Mulher-Aranha (1986)
MELHOR FILME INTERNACIONAL/ESTRANGEIRO
- Ainda Estou Aqui (2025)
- Central do Brasil (1999)
- O Que É Isso, Companheiro? (1998)
- O Quatrilho (1996)
- O Pagador de Promessas (1963)
MELHOR DIREÇÃO
- Fernando Meirelles, por Cidade de Deus (2004)
MELHOR ATRIZ
- Fernanda Montenegro, por Central do Brasil (1999)
- Fernanda Torres, por Ainda Estou Aqui (2025)
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
- Democracia em Vertigem (2020)
- O Sal da Terra (2015)
- Lixo Extraordinário (2011)
- Raoni (1979)
MELHOR MONTAGEM
- Cidade de Deus (2004)
MELHOR CURTA METRAGEM EM LIVE ACTION
- Uma História de Futebol (2001)
MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA-METRAGEM
- O Menino e o Mundo (2016)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- Sérgio Mendes por “Real in Rio”, do filme Rio (2012)
- Ary Barroso por “Rio de Janeiro”, do filme Brazil (1944)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Cidade de Deus (2004)
MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA METRAGEM
- El Salvador: Another Vietnam (1982)
OSCAR 2025: CHANCES DE AINDA ESTOU AQUI
TRAMA E CONTEXTO
Ainda Estou Aqui representa nossa maior chance de vitória no cenário cinematográfico internacional por diversas razões que abrangem desde o impacto narrativo até o reconhecimento crítico e popular. O projeto de Salles aborda de maneira sensível e profunda a história de Eunice Paiva, uma mulher que enfrenta a repressão da ditadura militar brasileira após o desaparecimento de seu marido, o deputado Rubens Paiva. Essa narrativa não apenas resgata um período sombrio da história do Brasil, mas também destaca a resiliência humana diante da adversidade.
MELHOR FILME INTERNACIONAL
Na seção Internacional/Estrangeiro, vale lembrar, a Argentina já garantiu duas estatuetas tratando sobre o tema das sanguinárias ditaduras na América do Sul. As vitórias vieram com A História Oficial (1985) e O Segredo dos Seus Olhos (2009). Aliás, por pouco uma trinca não é fechada pelos hermanos (assim como no futebol), com Argentina, 1985 (2022), que acabou perdendo para Nada de Novo no Front (2022).
MELHOR ATRIZ
Já a atuação de Fernanda Torres no papel de Eunice tem sido amplamente aclamada. Sua performance lhe rendeu, inclusive, o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama, superando concorrentes de renome internacional como Kate Winslet, Nicole Kidman e Angelina Jolie. No Oscar, após inúmeras polêmicas cercarem o filme Emília Pérez (clique aqui e saiba mais) e sua protagonista, Karla Sofía Gascón, a grande rival de Fernanda é, certamente, Demi Moore, por A Substância. Aliás, nós já tratamos sobre os ruídos dessa disputa em matéria especial. Clique aqui e saiba mais.
MELHOR FILME
Já a categoria principal, que conta com o Brasil no páreo, está mais incerta do que nunca. Como já relembrado, Emília Pérez está mergulhado em nebulosidades, e o projeto de Jacques Audiard é simplesmente o campeão de indicações em 2025, com 13. Ou seja, se o mais reverenciado não possui as maiores chances, quem “herda” a preferência?
De qualquer forma, em breve serão revelados os vencedores do Producers Guild of America Awards, o único grande sindicato que adota a mesma cédula preferencial da Academia, tornando seu resultado um indicativo relevante. A partir da premiação do PGA, talvez possamos enxergar com mais clareza esse panorama que, segundo especialistas, pode ser um dos mais imprevisíveis da história, quem sabe até com um favorito improvável emergindo entre as incertezas.
Vale lembrar que Ainda Estou Aqui possui, ainda que pequenas, chances de se sagrar Melhor Filme no Oscar 2025. No entanto, também não custa ressaltar que a obra teria de seguir os passos do sul-coreano Parasita (2019), único outro filme internacional (isto é, falado majoritariamente em um idioma diferente do inglês) a vencer a categoria de Melhor Filme, embora alguns tenham chegado perto, como A Vida é Bela (1997) e Roma (2018).
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