Assim como em praticamente todas as categorias do Oscar, o precursor mais importante para o trabalho de tentar adivinhar quem é o favorito para levar a estatueta dourada para casa é o prêmio do sindicato respectivo – ou seja, é quando se fica sabendo o voto de quem, de fato, entende do assunto. E se atores votam em atores, figurinistas votam em figurinistas e assim por diante, cineastas também votam em cineastas no Directors Guild of America, isto é, o Sindicato dos Diretores da América (ou dos Estados Unidos, para sermos geograficamente mais precisos).
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O resultado, anunciado no último dia 08 de fevereiro, consolidou um frontrunner, por assim dizer. Mas a surpresa dessa temporada é que o vencedor foi, no mínimo, surpreendente, diferindo dos escolhidos pelos votantes do Critics Choice e do Globo de Ouro, por exemplo. Então, quem irá ganhar? Em um cenário tão aberto quanto esse, qualquer aposta não parece ser tão definitiva quanto talvez se desejasse. E mesmo assim, essas são as nossas apostas para Melhor Direção no Oscar 2025!
FAVORITO: Sean Baker, por Anora
Mesmo sendo um cineasta veterano – este é o oitavo longa dirigido por ele – Baker ainda mantém uma jovialidade e um olhar divertido que o colocam como um outsider, um realizador independente nem sempre levado tão a sério quanto merecia. Projeto Flórida (2017) foi a primeira de suas obras a ser indicada ao Oscar – concorreu em Ator Coadjuvante, para Willem Dafoe – enquanto Red Rocket (2021) foi selecionado para o Festival de Cannes.
Com Anora ele voltou ao festival francês, o mais importante de todo o mundo, e de lá saiu na condição de vencedor, com a Palma de Ouro embaixo do braço! Apesar de ter perdido o Globo de Ouro e o Critics Choice, foi finalista em ambos, assim como concorre ao Bafta e ao Film Independent Spirit, além de ter sido apontado como um dos melhores dessa temporada por diversas associações de críticos por todos os Estados Unidos. A conquista do DGA – o Sindicato dos Diretores – consagrou sua posição de favorito, deixando claro que, num ano tão repleto de altos e baixos, talvez a aposta mais segura seja, também, a mais apropriada.
AZARÃO: Brady Corbet, por O Brutalista
Você talvez não lembre, mas sabe bem quem é Brady Corbet. Afinal, começou sua carreira em Hollywood como ator, no elenco de filmes como Aos Treze (2003) e Violência Gratuita (2007). Como realizador, a estreia foi há cerca de uma década, com o ambicioso A Infância de um Líder (2015). De lá para cá, dirigiu apenas mais dois longas: o drama musical Vox Lux: O Preço da Fama (2018) e, agora, O Brutalista, uma aventura ainda mais ousada e arriscada.
Por este épico de quase quatro horas de duração, que angariou nada menos do que dez indicações ao Oscar, Corbet recebeu o Globo de Ouro e o Satellite de Melhor Direção, foi indicado ao Critics Choice e ao DGA Award, e concorre ainda ao Bafta e ao Film Independent Spirit. Este quadro de apostas só não está mais dividido por não ter sido ele o escolhido pelos seus pares. Mas numa corrida como a da Academia de Hollywood, que envolve um volume muito maior de votantes, tudo por acontecer – e mesmo o mais óbvio pode acabar surpreendendo!
SEM CHANCES: Jacques Audiard, por Emilia Pérez
Talvez fosse mais apropriado citar aqui James Mangold, que por Um Completo Desconhecido foi a maior surpresa entre os indicados deste ano em Direção (ficou de fora do Bafta, do Critics Choice, do Globo de Ouro e do Satellite, tendo sido lembrado apenas no… DGA Awards!), ou mesmo Coralie Fargeat, a única mulher a ser indicada nessa categoria em 2025 – e a nona em toda a história da premiação – que levou A Substância além do que muitos acreditavam ser possível.
Mas se tem um sem a mínima chance de vitória nesse ano, esse é o francês Jacques Audiard. Mas como assim? Afinal, Emilia Pérez não é o campeão de indicações, com 13 ao todo? Sim, é verdade. E acredite ou não, até umas duas ou três semanas atrás, ele era, de fato, o favorito por aqui.
Desde então, porém, foram tantas polêmicas, declarações infelizes e controvérsias a respeito do filme, com manifestações de hate e desagravo não apenas nos Estados Unidos, mas também no México (onde a história se passa), no Brasil e por todo o mundo, que se no final de tudo isso voltar para casa de mãos abanando, ninguém irá se surpreender. Como acabar com todas as suas chances em pouquíssimas lições? Pois bem, Jacques Audiard está aí de exemplo. (Mais sobre tais polêmicas aqui).
ESQUECIDO: Jon M. Chu, por Wicked
O realizador de sucessos como Podres de Ricos (2018) e Em um bairro de Nova York (2021) abriu a temporada ao levar o National Board of Review por seu trabalho em Wicked, ainda em dezembro de 2024! Desde então, seu nome despontou como um dos favoritos nessa categoria. Depois vieram os reconhecimentos dos críticos de Michigan, Florida, Chicago, Houston, Nova York, Washington, Las Vegas e Kansas, associações essas que o apontaram como um dos melhores do ano. Por fim, veio um inesperado prêmio do Critics Choice, ainda que não tenha ganho como Melhor Filme.
Com mais de US$ 700 milhões arrecadados nas bilheterias de todo o mundo e impressionantes 10 indicações ao Oscar (é um dos recordistas), como acabou ficando de fora da categoria de Melhor Direção? Como tamanho impacto foi possível sem reconhecer justamente aquele que esteve por trás de tudo isso? No mínimo, estranho.
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