Essa categoria é vista quase como uma ‘válvula de escape’ dentro do Oscar, uma premiação que se pretende muito séria, geralmente dominada por dramas, épicos e biografias. Por aqui, no entanto, quem ganha espaço são os espetáculos, os campeões de bilheteria e títulos que apelam, obviamente, mais para o visual do que para os diálogos (em tese, é claro). Com exceção do Globo de Ouro, todas as demais premiações de maior destaque – aquelas cujas cerimônias são exibidas pela televisão, como o Critics Choice e o Bafta – também incluem um prêmio específico para os Efeitos Visuais, ainda que nem sempre o resultado coincida com a opinião dos especialistas.
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Porém, esses também não ajudam muito: isso porque a premiação do sindicato dos técnicos em efeitos visuais, a Visual Effects Society, é composta por nada menos do que 25 categorias (sim, tem mais do que a própria Academia de Hollywood!). Então, nem sempre fica muito óbvio para que lado está pendendo a preferência deles. Assim, diante deste cenário nada simples, eis as nossas apostas ao Oscar 2025 em Melhores Efeitos Visuais!
OSCAR 2025 :: INDICADOS A MELHORES EFEITOS VISUAIS
- Eric Barba, Daniel Macarin, Nelson Sepulveda e Shane Mahan, por Alien: Romulus
- Luke Millar, Keith Herft, David Clayton e Peter Stubbs, por Better Man: A História de Robbie Williams
- Paul Lambert, Rhys Salcombe, Stephen James e Gerd Nefzer, por Duna: Parte 2
- Erik Winquist, Paul Story, Stephen Unterfranz e Rodney Burke, por Planeta dos Macacos: O Reinado
- Pablo Helman, David Shirk, Jonathan Fawkner e Paul Corbould, por Wicked
OSCAR 2025 :: APOSTAS
FAVORITO: Paul Lambert, Rhys Salcombe, Stephen James e Gerd Nefzer, por Duna: Parte 2
Com nada menos do que sete indicações ao VES Awards, a equipe de Duna: Parte 2 ganhou em quatro categorias, consagrando-se como o título mais premiado deste ano. No entanto, perdeu na principal – a de Melhores Efeitos Visuais em Filme Live Action – o que abre espaço para um possível “azarão” (como explicado logo abaixo). Mesmo assim, foi o favorito em Melhores Cenários Digitais em Filme Live Action, Melhor Fotografia Digital, Melhor Simulação de Efeitos em Filme Live Action e Melhor Composição de Luz em Filme – o que não é nada mal, certo?
Por fim, é bom lembrar que Duna: Parte 1 (2021) ganhou o Oscar nessa categoria – derrotando dois longas da Marvel e um James Bond – e essa sequência já levou o Critics Choice e o prêmio da Academia de Cinema de Horror, Fantasia e Ficção Científica, além de contar com indicações ao Bafta e ao Satellite. Importante lembrar: Paul Lambert já ganhou 3 Oscars e Gerd Nefzer tem duas estatuetas, enquanto os demais estão em suas primeiras indicações.
AZARÃO: Erik Winquist, Paul Story, Stephen Unterfranz e Rodney Burke, por Planeta dos Macacos: O Reinado
Os três episódios anteriores da saga Planeta dos Macacos: A Origem (2011), O Confronto (2014) e A Guerra (2017) – foram indicados nessa categoria de Melhores Efeitos Visuais, e todos saíram derrotados. Será que O Reinado irá mudar essa sina? Se depender da opinião de quem mais entende do assunto – os membros da Visual Effects Society (VES) – é provável que sim. Afinal, apesar de ter recebido 6 indicações ao VES Awards e ter ganho apenas em uma dessas disputas, levou a melhor justamente na mais importante, a de Melhores Efeitos Visuais em Filme Live Action! Este, que é o décimo longa da franquia, foi indicado nessa categoria também no Satellite e no Critics Choice, e concorre ainda ao Bafta.
Premiado, mesmo, no entanto, só pelos votantes da Hollywood Professional Association Awards. Ou seja, a excelência do trabalho apresentado em cena está mais do que comprovada. Mas será, de fato, o melhor do ano? Sobre os profissionais nominados, esta é a segunda vez que Erik Winquist disputa o Oscar (a anterior foi por Planeta dos Macacos: O Confronto), enquanto os demais estão todos em suas primeiras indicações.
SEM CHANCES: Eric Barba, Daniel Macarin, Nelson Sepulveda e Shane Mahan, por Alien: Romulus
A primeira vez que cinco longas foram indicados em Melhores Efeitos Visuais (Especiais, na época) no Oscar foi em 1980, quando o vencedor foi… Alien: O Oitavo Passageiro (1979)! A sequência imediata, Aliens: O Resgate (1986), também foi indicada – e premiada! – concorrendo com outros dois indicados. Alien 3 (1992) foi indicado, mas perdeu, assim como Prometheus (2012). Ou seja, Alien: Romulus recupera o prestígio da saga junto aos membros da Academia, e esse é, de fato, o seu maior feito.
Pois, durante essa temporada de premiações, esteve ausente de quase todas as listas – não foi indicado ao Bafta, nem ao Critics Choice, nem ao Satellite – e, no VES Awards, teve apenas uma indicação (Modelo em Filme Live Action ou de Animação). E mesmo que tenha ganho – pelo visual da Renaissance Space Station – derrotando concorrentes como Duna: Parte 2 (pela Colheita Harkonnen) e Gladiador II (pelo desenho do Coliseu), é pouco sem um respaldo mais evidente, tanto da indústria, como também da crítica. Para constar: Eric Barba ganhou o Oscar por O Curioso Caso de Benjamin Button (2008) e esta é sua segunda indicação, enquanto Nelson Sepulveda concorreu antes por O Irlandês (2019) e Shane Mahan por Homem de Ferro (2008).
ESQUECIDO: Mark Bakowski, Neil Corbould, Nikki Penny e Pietro Ponti, por Gladiador II
A sequência de Gladiador (2000) – filme que, aliás, foi premiado no Oscar em cinco categorias, inclusive em Melhores Efeitos Visuais – não foi sequer indicado em Melhores Efeitos Visuais em Filme Live Action nos VES Awards (além de Planeta dos Macacos: O Reinado, que foi premiado, concorriam Duna: Parte 2, Better Man: A História de Robbie Williams – ambos também presentes na lista da Academia – e os excluídos Mufasa: O Rei Leão e Twisters).
Por qual motivo nenhum destes dois últimos pode ser apontado como o “esquecido” do ano? Mufasa chegou a ser indicado ao Satellite, mas está concorrendo também às Framboesas de Ouro com “Pior Remake, Spin-Off ou Sequência do Ano”. Já Twisters foi lembrado ainda somente por algumas associações regionais de críticos (Indiana, Houston, Havaí, Dakota), sem maior respaldo nas premiações da indústria. Por sua vez, Gladiador II não só ganhou o Satellite nessa categoria, como foi indicado ao Bafta e ao Critics Choice – e recebeu ainda duas indicações ao VES Awards, em categorias alternativas. Sua ausência, portanto, foi a que mais causou espanto.
Sem esquecer que no seu time está Neil Corbould, vencedor de 2 Oscar (justamente pelo primeiro Gladiador e também por Gravidade, 2013) num total de 8 indicações – é um dos veteranos mais respeitados por seus pares. E, fato curioso, ele é irmão de Paul Corbould, que foi indicado nesse ano, por Wicked. Será que o almoço de domingo foi tranquilo na família Corbould?
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