Se na grande maioria das categorias é fundamental estar de olho nos favoritos dos ‘guildas’, ou seja, dos sindicatos de cada especialidade, no que diz respeito aos roteiros essa precisão se torna bastante relativa. Como já foi dito na matéria sobre as Apostas para Melhor Roteiro Adaptado, as regras dos roteiristas são tão restritivas que muitas vezes a muitos dos indicados por lá nem chegam perto de conseguir um espaço entre os favoritos da Academia – e vice e versa!
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Para se ter uma ideia, entre os finalistas do Writers Guild of America Awards, apenas dois estão presentes também na lista acima. E se por um lado a escolha deles parece apontar para o caminho mais óbvio, o destino final parece tão aberto que surpresas de última hora não podem ser descartadas. Assim, confira a seguir nossas apostas ao Oscar 2025 em Melhor Roteiro Original.
OSCAR 2025: INDICADOS A MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Sean Baker, por Anora
- Brady Corbet e Mona Fastvold, por O Brutalista
- Jesse Eisenberg, por A Verdadeira Dor
- Coralie Fargeat, por A Substância
- Moritz Binder, Tim Fehlbaum e Alex David, por Setembro 5
OSCAR 2025: APOSTAS
FAVORITO: Sean Baker, por Anora
Vencedor da Palma de Ouro como Melhor Filme no Festival de Cannes, Anora tem tudo para conquistar várias das 6 indicações que recebeu nesse ano. Afinal, tem sido também um dos favoritos dos sindicatos em Hollywood, já premiado no PGA (Producers Guild of America, dos produtores), no DGA (Directors Guild of America, dos diretores) e, por fim, no WGA (dos roteiristas!).
Além disso, foi o melhor roteiro original do ano segundo os críticos de Nova York, San Diego, Phoenix, Austin, Texas, Georgia, Houston, Filadelfia, Atlanta, São Francisco, Seattle, Florida, Michigan e Boston, sem esquecer das indicações recebidas no Bafta, Critics Choice, Globo de Ouro e Satellite. Ou seja, até o momento, é o finalista a ser superado. Porém, essa dianteira é frágil, conquistada nas últimas semanas – até pouco tempo, o favorito era outro. E uma nova reviravolta não pode ser desconsiderada.
AZARÃO: Jesse Eisenberg, por A Verdadeira Dor
Indicado ao Oscar por sua atuação como protagonista de A Rede Social (2010), quando perdeu para Colin Firth por O Discurso do Rei (2010), Jesse Eisenberg levou mais de uma década para ser novamente lembrado pela Academia. Agora ele está de volta, e dessa vez como roteirista de A Verdadeira Dor, filme que também estrela e dirige. Esse combo de responsabilidades é meio que o sonho de qualquer artista, e presenciar alguém que alcançou aquilo que todos os demais também almejam possui um forte componente emocional.
Talvez isso explique algumas das vitórias do roteiro original deste filme, escolhido como o melhor do ano no Bafta e pela Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA. Finalista ainda no WGA Awards, é um dos tantos que podem surpreender. Assim como A Substância (Coralie Fargeat foi premiada no Critics Choice e no Festival de Cannes) ou mesmo O Brutalista (Brady Corbet e Mona Fastvold foram reconhecidos pelos críticos de Portland, Nevada, Carolina do Norte, Oklahoma, Indiana, Las Vegas, Dallas-Fort Worth e, principalmente, Nova York. Como se percebe, a briga pelo segundo lugar nessa disputa está bastante intensa.
SEM CHANCES: Moritz Binder, Tim Fehlbaum e Alex David, por Setembro 5
Indicado ao Globo de Ouro como Melhor Filme (Drama) e também ao PGA Award como uma das melhores produções do ano, aos poucos o thriller dirigido por Tim Fehlbaum foi perdendo muitos dos seus apoiadores, tanto que acabou sendo lembrado pela Academia apenas nessa única indicação. Os três roteiristas (entre eles o próprio diretor) estão em suas primeiras indicações ao Oscar, e devem estar soltando fogos de artifício para comemorar esse impressionante feito.
Intenso e envolvente, a recriação dos ataques terroristas de 1972 durante as Olimpíadas de Munique, visto por meio de um estúdio de televisão que estava presente para cobrir os jogos esportivos, até obteve algumas lembranças de peso – o roteiro foi indicado ainda ao Critics Choice – mas acabou ausente da grande maioria, inclusive na premiação do sindicato dos roteiristas. Ou seja, ter chegado até aqui se mostrou merecido, mas não muito mais do que isso.
ESQUECIDO: Justin Kuritzkes, por Rivais
Justin Kuritzkes teve um ano de ouro em 2024. Ficará marcado para sempre em sua história como sua estreia como roteirista, e logo com dois trabalhos premiados e bastante elogiados, ambos feitos em parceria com o diretor Luca Guadagnino: Rivais e Queer. Casado com a cineasta Celine Song (Vidas Passadas, 2023), Kuritzkes chegou a ser premiado pelos críticos da Florida por sua adaptação do romance de William S. Burroughs.
Mas foi pela trama que desenvolveu a partir da amizade – e rivalidade – entre os tenistas interpretados por Mike Faist e Josh O’Connor que seu trabalho foi ainda mais longe: indicado no WGA Awards, concorreu ainda no Critics Choice e foi premiado pelos críticos de Pittsburgh e de Minnesota, além de ter sido finalista nas premiações dos críticos de Chicago, Florida, San Diego, Toronto, Austin, Washington, Georgia, Carolina do Norte, Western New York, Columbus, Portland e Michigan, entre outros. Ou seja, essa é, definitivamente, a ausência mais sentida.
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