A indústria norte-americana foi surpreendida na noite de 9 de fevereiro devido a uma abertura histórica aos filmes estrangeiros no Oscar. Esta foi a primeira vez que uma produção estrangeira, falada em língua não-inglesa, venceu o prêmio principal da noite. Parasita (2019), dirigido por Bong Joon-ho, levou também os prêmios de melhor diretor, melhor roteiro original e melhor filme estrangeiro.
No entanto, cerca de uma dezena de produções em língua não-inglesa havia concorrido ao prêmio máximo no passado. Desde 1938, alguns filmes, principalmente europeus, conquistaram uma indicação, sem serem consagrados pela Academia. Relembre todas as indicações até hoje:
- 2019: Parasita (Coreia do Sul)
- 2018: Roma (México / Estados Unidos)
- 2012: Amor (Áustria / França / Alemanha)
- 2006: Babel (Estados Unidos / México / França) – diversas línguas
- 2006: Cartas de Iwo Jima (Estados Unidos) – língua japonesa
- 2000: O Tigre e o Dragão (Taiwan / China / Hong Kong / Estados Unidos)
- 1998: A Vida É Bela (Itália)
- 1995: O Carteiro e o Poeta (Itália)
- 1973: Gritos e Sussurros (Suécia)
- 1972: Os Emigrantes (Suécia)
- 1969: Z (França / Argélia)
- 1938: A Grande Ilusão (França)
Como se percebe pela lista, a categoria de língua não-inglesa, ao invés de “filme estrangeiro”, permite que filmes norte-americanos sejam incluídos, a exemplo de Cartas de Iwo Jima. Se fossem considerados apenas as produções não-americanas, a lista seria ainda mais restrita.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas sempre se mostrou muito mais aberta a indicar – e, ocasionalmente, premiar – produções estrangeiras nas categorias de melhor documentário e melhor animação. Alguns indicados da edição 2020, como Democracia em Vertigem, Honeyland, For Sama, The Cave e Perdi Meu Corpo são produções do Brasil, Macedônia do Norte, Reino Unido/Estados Unidos/Síria, Dinamarca/Síria e França, respectivamente.
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