20201001 oscar jake papo de cinema
01 out

Surgiu um fortíssimo candidato a “filme pelo qual a gente mais aguarda ansiosamente”. Foi divulgado nesta quarta-feira, 30, que o cineasta veterano Barry Levinson vai dirigir Francis And The Godfather, produção que abordará os conturbados bastidores de O Poderoso Chefão (1972), longa que viria a se tornar um dos mais emblemáticos do cinema. Além da assinatura de um realizador tarimbado, de olhar particularmente afiado ao lado menos bonito das circunstâncias, teremos dois astros liderando o elenco. Oscar Isaac vai interpretar ninguém menos do que o então jovem Francis Ford Coppola, enquanto Jake Gyllenhaal vai viver o produtor Robert Evans. Para quem conhece previamente os embates durante a feitura dessa verdadeira obra-prima, sabe que pode vir chumbo grosso daí.

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Francis Ford Coppola, à época praticamente um iniciante, aos 31 anos, queria convencer Evans a bancar um filme de época caro, rodado em Nova Iorque, enquanto a trama do livro de Mario Puzzo se passava numa cidade contemporânea do Kansas. Além disso, Coppola e Evans divergiam sobre as escalações de Marlon Brando (então um ator considerado em franca decadência pela Hollywood sempre ávida por novidades) e Al Pacino (tido pelos mesmos executivos como inexperiente para o papel que viria a desempenhar na trilogia). Para completar a fatura, houve intervenções de mafiosos de verdade, cabreiros de ter seus negócios escusos esmiuçados na telona. Evans, que tinha virado produtor após ser ator, por sua vez, sofria pressões do estúdio que corria o risco de fechar suas portas.

Perguntado sobre a produção de  Francis And The Godfather, Coppola foi sucinto: “Qualquer filme de Barry Levinson, sobre qualquer coisa, será interessante e valerá a pena!”. Já estamos entusiasmados com as possibilidades.

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Os intérpretes e seus respectivos personagens
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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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