Fundada por Jason Blum, a Blumhouse Productions é uma empresa norte-americana conhecida por grandes êxitos feitos com baixo orçamento. Nesse sentido, resgata a tradição de selos cultuados, tais como Hammer, Troma, Cannon, claro, guardadas as devidas proporções. Todavia, se engana quem acredita que a produtora se dedica apenas ao gênero terror. Claro que não dá para nos esquecer de que são deles as sagas Atividade Paranormal e Sobrenatural, dois conjuntos de longas que funcionam como uma espécie de cartão de visita desse modelo de negócio que engloba realização independente e distribuição por meio do sistema de estúdios. Aproveitando o fato de que no catálogo do Telecine há diversos filmes com a assinatura da Blumhouse, decidimos fazer uma eleição interna, entre editores, redatores e colaboradores, para escolher os cinco melhores títulos com o dedo de Jason Blum à disposição no Telecine. Foi uma disputa árdua, alguns competidores surpreenderam, mas apresentamos o nosso Papo Indica os 5 melhores filmes da Blumhouse no Telecine. Confira.
5- Halloween
Vamos combinar: é preciso coragem imensa para sequenciar um filme como o clássico Halloween: A Noite do Terror (1978). Coube ao cineasta David Gordon Green trazer de volta o legendário Mike Myers e, de quebra, colocar Jamie Lee Curtis novamente no caminho do assassino que John Carpenter transformou num ícone setentista. Com a assinatura do Blumhouse, roteiro escrito pelo comediante Danny McBride, e, talvez o mais importante, a benção de Carpenter (que aparece creditado como produtor e autor da trilha sonora), David Gordon Green faz uma homenagem ao slasher, esse subgênero que mitificou tantos maníacos na história do cinema norte-americano. Várias pitadas de saudosismo, um pouco de tempero dos dias atuais, e o resultado é, no mínimo, uma viagem aos primórdios de um tipo de filme que esteve presente na formação cinéfila de muita gente. Duvida? Confira lá no Telecine!
4- Upgrade: Atualização
No que diz respeito à ficção científica, o descontrole dos avanços tecnológicos sempre foi um dos motes mais férteis. Em Upgrade: Atualização, a realidade é controlada de forma asfixiante por gadgets, aplicativos e funcionalidades postiças. Diante de circunstâncias que viram seu mundo de cabeça para baixo, o tecnofóbico Grey se submete a um implante tendo em vista que talvez essa seja sua única possibilidade de conseguir efetivar uma vingança almejada. A injeção de uma inteligência artificial no corpo do protagonista promove um cenário propício a divagações filosóficas sobre coexistência homem/máquina. Como conciliar duas entidades que provavelmente vão divergir em algum momento? O sucesso foi tamanho que Leigh Whannell foi convidado para dirigir (para a Blumhouse) O Homem Invisível (2020).
3- Ma
Estamos acostumados a assistir Octavia Spencer em papeis mais enternecedores. Talvez por isso mesmo seja tão impactante vê-la em Ma, vivendo uma pessoa que apresenta, para começo de conversa, uma carência nível patológico. Aproveitando que um bando de jovens está tentando descolar bebidas alcoólicas, ela encarna a “vizinha gente boa” e acaba fazendo a vontade dos adolescentes. Extrapolando a ajuda de momento, oferece sua casa para que os novos amigos farreiem “em segurança”, no porão. No entanto, o cineasta Tate Taylor deixa muito claro, por meio de detalhes que passam despercebidos aos personagens, que Ma é uma pessoa, no mínimo, estranha. Gente feita de reféns em casa, violências começam a se suceder com uma frequência perturbadora e logo percebemos que, ao menos dessa vez, Octavia Spencer não está na pele de alguém bacana. E esse impacto garante o 3º lugar aqui.
2- Uma Noite de Crime
Num cenário em que a criminalidade atingiu picos exasperantes nos Estados Unidos, o governo federal apresenta uma medida tão desesperada (será?) quanto controversa. Diante da marginalidade desenfreada, de prisões lotadas e outros indícios de caos, os mandatários resolvem estabelecer um único dia em que todo e qualquer crime é permitido. É isso mesmo. Ninguém é obrigado a participar, mas, especialmente aos que saírem à rua, fica claro que uma simples caminhada pode ser interrompida por um maníaco de ocasião cuja identidade é escondida atrás de máscaras que conferem anonimato. O sucesso foi tanto dessa metáfora sobre sistemas utilizando medidas aparentemente benéficas como subterfúgio para que a população se aniquile que o filme de 2013 deu origem a uma saga e até a uma série televisiva.
1- Infiltrado na Klan
Poucos sabem, mas, Infiltrado na Klan, do aclamado diretor Spike Lee, também é uma produção Blumhouse, e, claro, está disponível no catálogo Telecine. Indicado a seis estatuetas no Oscar 2019 (venceu apenas a de Roteiro Adaptado, uma vergonha, pois merecia bem mais), o filme estrelado por John David Washington e Adam Driver remonta a uma história verídica, tão absurda que poderia ser considerada inverossímil. Ron é um policial negro que enfrenta toda sorte de problemas ao ingressar na polícia nos anos 1970, uma instituição repleta de preconceitos e homens brancos. Porém, seu grande feito é conseguir se infiltrar numa das mais conhecidas e agressivas organizações supremacista dos Estados Unidos. Combinando com rara sensibilidade drama e humor, Spike Lee reafirma o quanto seu cinema é potente. Até por isso garantiu a nossa medalha de ouro.
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