O cineasta Paul Schrader tem sido uma fonte contínua de polêmicas ao quebrar o protocolo da boa vizinhança hollywoodiana. Se boa parte dos integrantes do mundo artístico evita criticar publicamente os trabalhos dos colegas, se restringindo a colocações muitas vezes evasivas e/ou burocráticas, definitivamente esse não é o caso de Schrader. E o último alvo do cineasta foi Cry Macho: O Caminho para Redenção (2021). “Posso até apreciar a inclinação de dar uma chance a Clint Eastwood, mas um importante diretor norte-americano não fazia m filme tão ruim quanto Cry Macho desde que Howard Hawks fez O Esporte Favorito dos Homens (1964)”, escreveu ele sua página no Facebook. E continuou: “Falha em todas as áreas: roteiro, iluminação, locações, cenários, adereços, figurino e casting. Quando, no início, Eastwood faz uma cena sob o carro da bota batendo no chão, pensei: ‘Ótimo, ele vai trabalhar sobre as estilizações dos faroestes machistas’ – mas essa foi a última composição interessante do filme”.
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O crítico Paul Schrader seguiu destilando todo o seu ranço pelo mais novo filme do colega: “Claro, Clint oferece algumas passagens repletas de clichês sobre a futilidade do machismo, mas elas só têm valor porque um encolhido Dirty Harry está dando voz a elas. Essas percepções de caráter tinham valor trinta anos atrás. Foi como ouvir um criminoso se desculpar com a família de suas vítimas na esperança de que o juiz lhe dê uma sentença menor”. Schrader está às voltas com o lançamento de The Card Counter, filme sobre um veterano de guerra que se torna um jogador inveterado. Nem precisamos dizer que estamos ansiosos para ver, né?