A história das transformações de uma região por meio do olhar e da relação de três irmãos: Samuel, Vinícius e Rafael. Este é o mote de Paulistas, de Daniel Nolasco, que estreia dia 22 de fevereiro, pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras. Os três se mudaram para a região urbana de Catalão e deixaram para trás a cidade onde nasceram, retornando apenas para passar férias. O filme é inspirado na história do próprio diretor, que passou pelo mesmo processo de “migração“ que os personagens.
Paulistas e Soledade são duas regiões rurais localizadas no sul de Goiás. No começo da década de noventa o êxodo rural foi intensificado com a expansão da monocultura agrícola e a exploração dos recursos hídricos. Desde 2014, não existem mais jovens morando na região. Estamos em julho, mês de férias. Época em que os filhos visitam a casa dos pais. Confira o pôster oficial do filme:
“Paulistas é a busca por deixar registrado uma forma de cultura que também me pertence e que está prestes a desaparecer diante de tantas transformações. O filme acompanha a dupla contradição entre o retorno e a partida, entre a tradição e modernidade, por meio dos três personagens. Jovens que se mudaram para a região urbana de Catalão (GO) e retornam à casa da família durante as férias. As férias de julho são o momento em que futuro e passado encontram-se completamente presentes na região”, explica o diretor.
Para compor esse cenário de contradições entre a tradição e a modernidade, o doc intercala imagens do cotidiano das pessoas dos Paulistas e imagens da hidrelétrica, e a paisagem sonora de cada um desses lugares busca construir esse conflito que está estabelecido nesta região: da floresta morta à beira do rio ou da plantação de soja que quase invade as poucas casas que ainda restam no local.
“O documentário pretende mostrar, através de imagens e sons, toda esta contradição. É buscando isso que a câmera sempre manterá uma distância dos personagens, assumindo a posição de observador. Um observador que mantém determinada distância para não ser invasivo, mas que ao mesmo tempo é afetuoso e respeitoso. Que buscará não só registrar a visualidade da região, mas a sonoridade e seu tempo. Esse tempo do campo que é diferente de uma cidade, mesmo das pequenas. Um tempo quase sempre governado pela luz do dia, no qual as pessoas acordam com o nascer do sol e vão se recolher no cair da noite”, completa Nolasco. Confira o trailer:
(Fonte: Sinny Assessoria)
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