A Netflix revelou nesta terça-feira, 03, o primeiro teaser do aguardadíssimo Pedro Páramo (2024), longa-metragem baseado no livro homônimo do escritor Juan Rulfo, considerado uma das obras mais importantes da literatura mexicana e hispano-americana. A produção marca a estreia de Rodrigo Prieto na direção de longas-metragens. Três vezes indicado ao Oscar, ele é um dos mais renomados diretores de fotografia da atualidade, tendo assinado, entre muitos outros filmes, Barbie (2023), Assassinos da Lua das Flores (2023), O Irlandês (2019), Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (2010), Babel (2006), O Segredo de Brokeback Mountain (2005) e Amores Brutos (2000).
Pedro Páramo tem Manuel Garcia-Rulfo como intérprete do protagonista. O elenco conta ainda com Mayra Batalla, Giovanna Zacarías, Gabriela Núñez, Tenoch Huerta, Dolores Heredia, Ilse Salas, Roberto Sosa, Noé Hernández, Ari Brickman, Hector Kotsifakis, Yoshira Escárrega, Gaudi Chris e Eduardo Humaran. A trilha sonora é assinada pelo oscarizado Gustavo Santaolalla.
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Pedro Páramo conta a história do jovem Juan Preciado que, após a morte da mãe, parte em busca do pai, Pedro Páramo, no povoado longínquo onde nasceu. Mas o que ele encontra é uma cidade fantasma, onde conhece pessoas misteriosas e descobre que o pai estava em uma missão implacável para conquistar dinheiro e poder. O passado se faz presente e vamos conhecendo a verdade por trás da busca de Pedro Páramo pelo amor que conheceu ainda na infância. Os limites entre a vida e a morte, o passado e o presente não são nada claros nesta história surreal sobre desejo, esperança, arrependimento e ressentimento.
Publicado originalmente em 1955, Pedro Páramo é o livro que colocou o mexicano Juan Rulfo como um dos escritores mais influentes da literatura hispano-americana do século 20, tendo recebidos elogios efusivos de colegas do calibre de Jorge Luís Borges, Gabriel García Márquez, Carlos Fuentes, Octavio Paz, Günter Grass e Susan Sontag. Na prosa de destaca a construção de um realismo mágico, tendência literária, especialmente, nos anos 1960/70, em que as culturas da tecnologia e da superstição coexistiam em histórias marcadas por acontecimentos fantasiosos naturalmente assimilados pelos personagens que têm sensibilidade para essa camada extrassensorial.
A narrativa em Pedro Páramo é feita de maneira polifônica, ou seja, por meio das vozes de diversos personagens. Também se destaca a utilização das elipses, a supressão de acontecimentos e a apresentação de suas consequências ou seus antecedentes.
Eric Nepomuceno, amigo e tradutor de Rulfo para o Brasil, explica a importância do mexicano: “Seus dois livros já eram suficientes para que nunca mais nada fosse igual na literatura contemporânea da América. O que ele havia dito antes já foi suficiente para permanecer valendo a pena para sempre”, escreveu Nepomuceno num prefácio de uma das edições brasileiras de Pedro Páramo.
Pedro Páramo, que chega ainda em 2024 ao catálogo da Netflix, em data a ser anunciada, não é a única versão audiovisual do livro de Juan Rulfo. Em 1967, o cineasta Carlos Velo levou às telonas a primeira das adaptações da obra-prima. O filme estrelado por John Gavin foi exibido no Festival de Cannes de 1967. Em 1977, ou seja, 10 anos depois, o realizador José Bolaños fez uma nova versão, desta vez com o personagem-título sendo vivido por Manuel Ojeda. Por fim, em 1981 o cineasta Salvador Sánchez fez a terceira adaptação do livro às telonas.
Em 2007 chegou a ser anunciado que Gael García Bernal iria interpretar Pedro Páramo numa co-produção México/Espanha com direção do espanhol Mateo Gil, mas os trabalhos não foram adiante.