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Durante muitos anos, a Pixar foi conhecida como a empresa de animação norte-americana que mais investia em conteúdos originais. Enquanto a DreamWorks e a Blue Sky empilhavam uma sequência após a outra, os animadores da Pixar tinham apenas Toy Story como uma franquia estabelecida. Mas isso não durou muito tempo, especialmente após a aquisição da empresa pela Disney.

Vieram então sete sequências nos últimos dez anos, incluindo Toy Story 4 (2019), Os Incríveis 2 (2018), Carros 3 (2017), Procurando Dory (2016) e Universidade Monstros (2013). O lançamento de Soul (2020) e Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020) no mesmo ano sustentou a impressão de que os produtores poderiam estar se voltando às histórias originais novamente.

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No entanto, Pete Docter, cineasta e diretor executivo da Pixar, confirma que a empresa deve continuar alternando conteúdos novos com histórias de marcas estabelecidas: “No passado tivemos uma série de sequências, muitas delas consecutivas. Agora temos vários conteúdos originais, o que me deixa bastante empolgado, mas para segurança financeira, provavelmente teremos mais algumas sequências pelo caminho. Às vezes é duro, porque os projetos criativos têm vida própria, e às vezes decolam, às vezes não”, confessa.

A Pixar enfrenta uma situação inédita desde o lançamento da plataforma de streaming Disney+, tendo que produzir diversos conteúdos exclusivos para a Internet: “Recebemos o pedido no início deste ano para acelerar o trabalho e produzir mais. Então nós intensificamos, e basicamente estamos criando tanto para o streaming quanto para as estreias nos cinemas”, explicou Docter ao Hollywood Reporter.

Resta torcer para que o novo ritmo de trabalho não implique numa redução na qualidade dos filmes, que têm sustentado alto nível técnico e narrativo. Entre os próximos projetos confirmados para os cinemas, a Pixar possui duas histórias originais (Luca em 2021, e Turning Red em 2022), e uma sequência (Lightyear, filme derivado da saga Toy Story, em 2022).

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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