Grande parte da classe artística também está sentindo bastante os efeitos, inclusive os econômicos, da pandemia do COVID-19. A necessidade de isolamento social limitou muito a atuação de homens e mulheres que vivem da arte. No que tange ao audiovisual, a impossibilidade momentânea de voltar aos sets de filmagens cria uma cadeia de desamparo, algo potencializado pela vergonhosa isenção do Estado quanto a esse grupo formado de várias classes distintas. Pensando nisso, o diretor de fotografia Azul Serra (de Turma da Mônica: Laços, 2019) criou uma inciativa muito bem-vinda em parceria com a ONG Plano Sequência. Sua vontade é justamente gerar uma rede de solidariedade para amparar membros do audiovisual que se encontram em situação de vulnerabilidade econômica, algo que pode se estender pelos próximos meses. A ideia é vender fotografias dos artistas que se dispuserem a doar seus trabalhos para tal fim e destinar o valor arrecadado, fora os custos de produção, aos colegas desvalidos.
Azul Serra contou com a parceria de Raphael Varandas e Rafael Martinelli, também diretores de fotografia, fundadores da ONG Plano Sequência, para ter controle e transparência jurídica sobre o fundo. A ação oferece três imagens do acervo pessoal de cada artista para venda de impressões de alta qualidade, com os mesmos papel e dimensões. No próprio site da ONG é disponibilizado um espaço para que os profissionais de audiovisual que se encontram numa situação de necessidade preencham um cadastro para ser analisado como beneficiário da ação. https://planosequencia.ong.br/pages/ajuda . Uma belíssima iniciativa solidária em tempos de pandemia. Mais uma vez, a sociedade civil dá exemplo para o Estado. Bora ajudar essa causa?
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