Nome incontornável do cinema brasileiro, o roteirista e diretor Rex Schindler morreu nesta segunda-feira, 20, aos 99 anos, por conta de uma falência múltipla de órgãos. O enterro está programado para esta terça-feira, 21, no bairro de Brotas, em Salvador. Filho do alemão Sigisfred Sigismund Schindler e da baiana Erudina Alves dos Santos, Rex nasceu na cidade baiana de Parafuso no ano de 1922. Depois de ingressar no curso de medicina, participou da fundação do Teatro dos Estudantes da Bahia e começou a flertar com a carreira artística que o levaria a ter destaque no cinema baiano entre os anos 1950/60. Rex foi roteirista de A Grande Feira (1961), filme de Roberto Pires considerado um marco na cinematografia da época e repetiu a parceria com o cineasta em Tocaia no Asfalto (1962).
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Rex Schindler foi responsável pela produção do primeiro longa-metragem dirigido por Glauber Rocha, o seminal Barravento (1962), além de ter colaborado para a existência de Redenção (1958), o primeiro longa-metragem produzido na Bahia. Em 1969, ele dirigiu o documentário Bahia por Exemplo, celebração da cultura local que conta com depoimentos de grandes nomes, tais como Gal Costa, Jorge Amado e Carybé. “A Bahia perde um dos pioneiros do cinema baiano em produção de longa-metragem, um produtor e diretor. Está de luto o cinema brasileiro em si, Rex vem desde o primeiro filme de Luíz Paulino, com (a direção de) Glauber Rocha, Barravento”, se pronunciou em nota o ex-parceiro de Rex e diretor do Instituto Roque Araújo de Audiovisual, Roque Araújo. Rex deixa cinco filhos, quatro netos, 18 bisnetos e dois tetranetos, além de uma série de livros publicados que expandem a sua obra.