“Fazemos filmes. Fazemos filmes para cinema. É isso que fazemos”. Foi assim que a produtora Barbara Broccoli respondeu ao ser questionada sobre a possibilidade da saga James Bond ganhar um derivado em formato serializado. “Resistimos a esse chamado (da TV) por 60 anos”, completou seu sócio e irmão Michael G. Wilson. As indagações se tornaram frequentes desde que foi anunciado que a MGM, uma das mais tradicionais (quase centenárias) marcas da meca do cinema norte-americano, foi vendida por uma soma bilionária à Amazon. Tanto que num artigo recentemente publicado no jornal The New York Times, o roteirista Josh Logan, que assinou 007: Operação Skyfall (2012) e 007 Contra Spectre (2015) deu sua opinião (apocalíptica) sobre o futuro de uma das franquias mais importantes do cinema: “Bom, a Amazon agora possui 50% de James Bond. Com a aquisição da MGM e seu catálogo de filmes, o gigante do varejo online comprou a franquia James Bond. Quando ouvi a notícia, tive um calafrio. Tendo trabalhado como escritor em Skyfall e Spectre, sei que Bond não é apenas outra franquia, não uma Marvel ou DC; é um empreendimento familiar cuidadosamente conduzido pela família Broccoli/Wilson”.
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Vale lembrar que embora a MGM seja a casa de James Bond, o controle criativo da franquia permanece nas mãos da Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, proprietários dos direitos cinematográficos dos escritos de Ian Fleming (que dão origem aos filmes da saga). Tanto que horas depois do anúncio da venda da MGM, eles se pronunciaram justamente no sentido de dizer que mantêm o “controle artístico contínuo” de 007 e que “estamos comprometidos em continuar a fazer filmes de James Bond para os cinemas”. Mas, nunca diga dessa água não beberei, não é mesmo? Até porque, uma franquia como James Bond é uma daquelas que todo grande produtor de conteúdo quer ter atualmente para desdobrar em inúmeros produtos e plataformas diferentes. Estamos de olho.