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Qual é o maior fracasso de bilheteria da história de Hollywood?

Publicado por
Bruno Carmelo

Existem diversas maneiras de medir o fracasso comercial de um filme. É possível se basear na lista de produções que arrecadaram menos de US$ 400 nas bilheterias (o que inclui uma quantidade impressionante de títulos), e também na rentabilidade, ou seja, a quantia arrecadada em relação ao investimento dos estúdios. Mesmo neste caso, os números variam caso os dados sejam ajustados à inflação no país analisado.
No caso de Hollywood, diversos veículos especializados produziram matérias a respeito, desde as plataformas dedicadas especificamente à análise do mercado (a exemplo do Box Office Mojo) até as revistas generalistas de renome como a Variety, o Hollywood Reporter e o Deadline. Assim, é possível determinar qual blockbuster gerou mais perdas aos estúdios. Os números levam em consideração os investimentos na produção, além dos gastos com marketing e com a aquisição de direitos autorais no caso de adaptações de livros.
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John Carter: Entre Dois Mundos

Segundo estes índices, a produção de menor lucratividade mundial até hoje é John Carter: Entre Dois Mundos (2012). O filme da Disney custou US$ 263 milhões em orçamento, além do investimento excepcional na promoção e nos direitos autorais de toda a saga literária – afinal, os estúdios apostavam numa franquia com diversas sequências. No final, arrecadou míseros US$ 284 milhões mundialmente. Os prejuízos foram calculados em US$ 200 milhões, motivando a demissão do diretor da empresa, Rich Ross. Mesmo ajustando os cálculos para a inflação, John Carter se mantém na dianteira dos fracassos comerciais.
A aventura de ficção científica, adaptada de Edgar Rice Burroughs, traz a história de um veterano da Guerra Civil (Taylor Kitsch) que luta com índios e acorda misteriosamente no solo de Marte, onde precisa salvar uma princesa (Lynn Collins). O filme estreou com ínfimos US$ 30 milhões nos Estados Unidos e recebeu críticas fracas da imprensa. Em 2014, a Disney decidiu devolver o direito das obras originais, abandonando oficialmente os planos de uma continuação.
O top 10 de baixa lucratividade incluiria títulos prejudicados pela pandemia de Covid-19, quando a renda nas salas de cinema foi pequena, porém parcialmente compensada pelos lucros em plataformas de streaming, que não costumam divulgar a renda das obras no catálogo. Levando em consideração apenas os dados pré-pandemia, chega-se à lista dos dez blockbusters mais decepcionantes financeiramente. Vale lembrar que os cálculos são aproximados, apoiados nos números das diferentes fontes citadas acima. Os valores mudam discretamente de acordo com cada veículo:

1. John Carter: Entre Dois Mundos (2012): prejuízo aproximado de US$ 200 milhões
2. O Cavaleiro Solitário (2013): prejuízo aproximado de US$ 190 milhões
3. Máquinas Mortais (2018): prejuízo aproximado de US$ 174 milhões
4. Rei Arthur: A Lenda da Espada (2017): prejuízo aproximado de US$ 153 milhões
5. Battleship: A Batalha dos Mares (2012): prejuízo aproximado de US$ 150 milhões
5. Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada É Impossível (2015): prejuízo aproximado de US$ 150 milhões
5. Peter Pan: Viagem à Terra do Nunca (2015): prejuízo aproximado de US$ 150 milhões
8. Mars Needs Moms (2011): prejuízo aproximado de US$ 147 milhões
9. X-Men: Fênix Negra (2019): prejuízo aproximado de US$ 133 milhões
10. Uma Dobra no Tempo (2018): prejuízo aproximado de US$ 130 milhões

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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