Categorias: BastidoresNotícias

Reino Unido investe US$ 39 milhões para recuperar cinemas independentes

Publicado por
Bruno Carmelo

O período da quarentena produziu uma crise sem precedentes para os profissionais das artes, que dependem do público e das aglomerações para apresentar seus trabalhos. À medida que a Europa e a Ásia controlam o contágio por Covid-19 em seus países e retomam as atividades, cada país tem estudado a melhor maneira de fomentar as artes.

O Reino Unido decidiu investir US$ 2 bilhões na recuperação das atividades culturais. No caso do audiovisual, especificamente, US$ 39 milhões serão destinados ao suporte financeiro de cinemas independentes, que representam 55% das salas de cinema locais e constituem os exibidores mais fragilizados pela crise. Cada empresa pode solicitar fundos proporcionais ao escopo de sua atividade, sob administração da BFI – o equivalente da Ancine britânica. Solicitações de auxílio serão feitas entre agosto e outubro.

LEIA MAIS
Redes de cinema vão à justiça nos Estados Unidos pelo direito de reabrir salas
Coreia do Sul oferece ingressos com desconto para trazer público ao cinema
Ancine tem atraso de até 20 anos na análise de contas de filmes

 

Sede da British Film Institute

 

Os cinemas britânicos fecharam as portas no mês de março. Há semanas, o governo permitiu a reabertura das salas, no entanto diversos exibidores preferiram manter os espaços fechados devido aos altos custos de readequação das salas às exigências sanitárias e à falta de filmes atraentes que justificassem tais investimentos. De fato, os maiores distribuidores estão evitando lançar seus filmes nas salas com lotação reduzida, onde a bilheteria seria menor.

No Brasil, a questão do auxílio aos artistas e aos cinemas tem despertado controvérsias. Por um lado, deputados progressistas conseguiram aprovar a Lei Aldir Blanc de auxílio emergencial à Cultura. Por outro lado, o governo tem ameaçado a Cinemateca Brasileira, enquanto a Ancine modificou os métodos de avaliação de contas dos filmes, despertando reações coléricas dos produtores audiovisuais.

Nos últimos dias, a Ancine anunciou o Programa Especial de Apoio ao Exibidor, ou Peap, que visa destinar R$ 8,5 milhões aos pequenos exibidores. Os fundos serão proporcionais à quantidade de salas de cada exibidor. As inscrições estão abertas no site do Fundo Setorial do Audiovisual.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

Últimos artigos deBruno Carmelo (Ver Tudo)