Um dos principais festivais cinematográficos do mundo, Cannes ainda não jogou a toalha. Marcado para acontecer entre os dias 12 e 23 de maio, ele foi inicialmente postergado para junho ou julho, mas adiado indefinidamente assim que a França tornou ainda mais rígidos os protocolos de distanciamento social por conta da pandemia do COVID-19. Mostras paralelas importantes, tais como a Semana da Crítica e a Quinzena dos Realizadores, foram canceladas, mas a mostra principal ainda não deu o braço a torcer. E essa teimosia foi duramente criticada por Roberto Cicutto, presidente da Bienal de Veneza, entidade que, entre outras programações, organiza o Festival de Veneza.
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Numa entrevista para a agência italiana Ansa, Cicutto reclamou desse jogo de paciência do Festival de Cannes e rechaçou qualquer possibilidade de uma colaboração entre os dois eventos, algo que vinha sendo ventilado pelo mandachuva do evento francês, Thierry Fremaux, em algumas declarações públicas recentes: ”Com Cannes tudo é possível, mas acho realmente perturbador Thierry Fremaux continuar afirmando que está analisando a situação ao invés de tomar uma atitude definitiva. Nós estamos seguindo com nosso programa. Se Cannes ‘ainda está pensando‘ então não há diálogo”. Cicutto confirmou a realização do Festival de Veneza entre 2 e 12 de setembro, dizendo esperar do governo italiano abra uma exceção ao festival se o fechamento das salas ainda estiver mantido até lá.
Lembrando que a Itália é um dos países mais atingidos pela pandemia do COVID-19, com um número de mortos que ultrapassa o número de 23 mil.