A cada novo filme sobre uma pandemia mortal, fica a dúvida: o espectador não estaria cansado de ouvir falar sobre histórias de vírus perigosos, depois de tanto tempo usando máscaras, isolando-se dos amigos e familiares e sofrendo com a perda de entes queridos? Bom, Pablo Larraín (Spencer, 2021, Jackie, 2016) acredita que está na hora de debater o tema, mas por uma perspectiva muito especial. Ele é um dos produtores de Rich Flu, distopia na qual apenas os indivíduos mais ricos do planeta são afetados pela misteriosa doença mortal.
A fábula política vê bilionários e milionários sucumbirem, até começar a atacar as classes menos privilegiadas, nessa ordem. Enquanto o planeta entra em desespero, os privilegiados enfrentam um dilema: deveriam abrir mão de seus bens e propriedades? Quem vai aceitar estes itens e correr o risco de morte? O que acontece com os produtos de consumo do mundo inteiro, quando ninguém mais deseja enriquecer?
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A alegoria está em boas mãos: o diretor Galder Gaztelu-Urrutia, responsável pelo aclamado O Poço (2019), comanda o projeto. O papel principal foi entregue a Rosamund Pike, atriz indicada ao Oscar por Garota Exemplar (2014), que também se destacou na comédia Eu Me Importo (2020) e na séria A Roda do Tempo (2021-2022). Ainda não está claro qual papel ela deve interpretar: uma milionária afetada pelo vírus? Uma cientista que busca combatê-lo? Uma figura das classes populares?
Nas palavras do diretor, “Rich Flu é uma saga imensamente física, repleta de reviravoltas, obstáculos e surpresas. Acima de tudo, é uma jornada emocional complexa e provocadora pelas profundezas da alma humana e pelo ápice de nossa gloriosa autoindulgência”. A mistura de drama e suspense será negociada no European Film Market do Festival de Berlim, um dos maiores mercados internacionais para acordos de produção e distribuição de cinema.