Depois de lutar bravamente contra um câncer pulmonar diagnosticado em 2021, Rita Lee morreu na noite desta segunda-feira, 08, aos 75 anos, em sua residência paulistana. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 09, pela própria família da cantora: “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”. O velório da artista será aberto ao público e acontecerá nas dependências no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira, 10, das 10h às 17h. Nascida em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947, Rita era filha de um pai dentista (por sua vez, filho de imigrantes dos Estados Unidos) e de uma mãe pianista que a incentivou desde cedo a estudar o instrumento e a se aperfeiçoar no canto, assim como suas irmãs. Aos 16 anos, ela integrou o grupo amador Teenage Singers, época em que foi descoberta pelo produtor Tony Campello e convidada a participar de gravações como backing vocals.
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Em 1964, Rita Lee entrou para um grupo que, mais tarde, daria origem ao icônico Mutantes, do qual foi uma das figuras mais importantes – a primeira formação era ela, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Fundamentais ao tropicalismo, os Mutantes se tornou uma das bandas brasileiras mais admiradas mundo afora. De 1966 a 1972, Rita foi protagonista do período mais fértil da formação original, gravando Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970), Jardim Elétrico (1971) e Mutantes e Seus Cometas no País dos Bauretz” (1972). Depois da separação dos antigos companheiros, iniciou uma igualmente bem-sucedida carreira solo, por meio da qual ficou conhecida como a rainha do rock brasileiro. Em 2001, foi agraciada com o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa – teve mais cinco indicações ao prêmio e ganhou um honorário pelo conjunto da carreira. Em 2012, anunciou o fim da trajetória nos palcos por conta de restrições físicas.
A primeira aparição de Rita Lee nos cinemas foi em As Amorosas (1968), ao lado dos colegas de Mutantes, se auto-interpretando como jovem cantora numa festa. Depois disso, entre outros trabalhos nas telonas, ela apareceu em Os Paqueras (1969), Fogo e Paixão (1988), Dias Melhores Virão (1989), Durval Discos (2022), Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’roll (2006), no qual emprestou sua voz à icônica personagem Rê Bordosa. Além das atuações, ela participou das trilhas sonoras de inúmeros projetos, sendo também uma figura importante ao cinema do Brasil.